sábado, 18 de dezembro de 2010

OBESIDADE

Necessidade de sentir-se acolhido.

Atualmente a obesidade tem sido um tema amplamente divulgado. Vem sendo pesquisada pela comunidade científica e explorada por oportunistas que oferecem regimes milagrosos que mais prejudicam o corpo do que resolvem definitivamente o problema.
O aumento de peso tem afetado boa parte da população, principalmente pessoas de média idade. A preocupação com a elevação de peso, na maioria dos casos, é exagerada, por que não só afeta o físico, mas também abala a auto-estima e fere o amor-próprio.
Excesso de peso é um constante desconforto. O espelho denuncia a existência de curvas indesejadas no corpo, as roupas perdem o caimento que sempre tiveram ou, infelizmente, nem servem mais. Para desespero da pessoa, ela precisa admitir que engordou.
Numa sociedade que cultua um modelo estético de corpo esguio, de modelos magras, ter uns quilos a mais já é motivo de preocupação, por causa da discriminação.
O que mais afeta as pessoas que estão acima do peso é serem taxadas de gordas e discriminadas no grupo de amigos. A adequação é um dos objetivos de qualquer um, portanto a obesidade fará a pessoa sentir-se inadequada; isso causa grande abalo emocional.
Antes de se dedicar a um método de redução de peso, é preciso integrar-se com a própria realidade corporal, porque muitas vezes a pessoa, não estão acima do peso como imagina, mas, em sua visão distorcida do próprio corpo, ela equivale a alguém que possui peso bem elevado.
Aceitar o próprio peso não significa acomoda-se à condição em que se encontra. Se a pessoa se integrar com sua real condição, sem se depreciar, ela vai escolher um método de emagrecimento que não agrida o corpo nem prejudiquem a saúde.
Quem comete exageros, aventurando-se em regimes rigorosos e exercícios pesados para perder o máximo de peso no mínimo de tempo, não respeita os limites do corpo e, conseqüentemente, agride-se. Empenhar-se nos objetivos estéticos é saudável, mas não se deve radicalizar.
O verdadeiro bem, estar não depende do peso que o corpo apresenta, mas sim de como a pessoa está se sentindo interiormente. O fato de o indivíduo não se tornar escravo das aparências já é um ponto favorável para que se sinta bem consigo mesmo.
Cuidar do corpo é um gesto de carinho. Evitar os excessos e preservar a integridade física com dietas amenas intercaladas com exercícios leves representa uma maneira natural de perder peso, sem a pressão exercida pela baixa auto-estima quando se atrela o emagrecimento à felicidade.
A insegurança e a fragilidade interior tornam a pessoa dependente das formas físicas para estabelecer vínculos afetivos. Já aqueles que são interiormente saudáveis, além dos cuidados com o corpo, consideram outros talentos como agentes de integração e preservação de um relacionamento. A estética corporal promove uma aproximação circunstancial. A condição emocional é responsável por estender uma relação, sustentando longo convívio entre o casal.
Um corpo com as formas esculturais desperta nos outros, o desejo, mas não necessariamente promove laços afetivos saudáveis. Para o sucesso no relacionamento, o corpo não tudo, porque, quando gostamos de uma pessoa, envolvemo-nos num encanto mágico, típico dos enamorados. Esse estado faz emergir os desejos sexuais, promovendo a atração, que suplanta os sensos estéticos impostos pela sociedade.
A obesidade não é empecilho para o amor. Não se deixa de gostar porque o parceiro engordou. Na intimidade, por exemplo, as formas físicas não são tudo; conta muito o desempenho do parceiro, a ginga do casal na cama, não exatamente as formas corporais; estas seduzem o outro, mas não necessariamente realizam a própria pessoa.
Quando uma relação não dá certo e o desfecho culmina com o aumento de peso de uma das partes, esse fato pode ter desencadeado a separação, mas não é o principal causador da ruptura: Os abalos emocionais causados pelas crises no relacionamento deixaram a pessoa carente, fazendo-a recorrer à comida para saciar suas lacunas afetivas. Esse comportamento provocou o aumento de peso.
Há também outro fator a ser considerado. Nesse caso, trata-se do ciúme e do excesso de cobrança. Quando se ganha peso, geralmente se perde a auto-estima e a pessoa se sente insegura na relação. Conseqüentemente, comporta-se de maneira exagerada, às vezes até neurótica, ocasionando conflitos. Portanto, a obesidade não é a causa da infelicidade no amor, mas essa causa pode ser a conduta da pessoa diante do parceiro.
No âmbito metafísico, o aumento de peso está relacionado com a fragilidade interior, que se compara a uma imaturidade emocional A pessoa sente-se despreparada para lidar com algumas situações, geralmente na relação familiar ou afetiva, mas pode ser também de ordem profissional ou social.
Assustada com o desenrolar dos fatos, sente-se desamparada. Em vez de enfrentar as dificuldades do ambiente, recorre aos subterfúgios para atenuar suas frustrações.
Um dos mecanismos de fuga mais freqüentes é a alimentação. A pessoa precisa estar sempre mastigando alguma coisa para atenuar o ócio ou extravasar a indignação. Também o prazer do alimento compensa o desconforto da realidade, preenchendo o vazio interior. A compulsão pela comida é uma queixa freqüente nos casos de excesso de peso. Não se consegue comer moderadamente, respeitando os limites alimentares. A comida passa a ser uma obsessão difícil de ser controlada.
Outra forma de compensar é por meio das faculdades mentais. Os obesos são dotados de uma imaginação fértil. Avaliam as situações com muita meticulosidade. Destacam-se pela extraordinária criatividade, tornam-se excelentes estrategistas.
A agilidade mental é tão grande, que mesmo sozinhos começam a fantasiar histórias com outras pessoas ou situações e precisam bolar um plano para saírem vitoriosos de supostas batalhas travadas em sua mente. Ficam tão desgastados só de imaginar as confusões ou dificuldades, que se abstêm das ações diretas.
Enquanto ficam pensando em tudo que precisam fazer, emitem impulsos mentais para o organismo, que, em virtude disso, se prepara para exaustivas atividades, armazenando uma série de nutrientes absorvidos na digestão, principalmente as gorduras, que servem de combustível para o corpo na hora de realizar as tarefas planejadas. Como não ocorre a execução, a força de ação é sabotada, provocando um acúmulo de tecidos gordurosos, que vão contribuir para o aumento de peso.
As pessoas que sofrem com o aumento de peso são entusiastas, vivem repletas de expectativas, muitas delas infundadas, criando um universo de sonhos. Geralmente, se, distanciam da realidade, mergulhando em suas fantasias. Querem ser mais do que realmente são, no entanto têm dificuldade para concretizar seus anseios.
Quando vão realizar algo, não se comportam de maneira organizada. Tentam fazer várias coisas ao mesmo tempo, comprometendo a efetivação de cada uma delas. Não bastasse essa agitação, ainda se põem a opinar em tudo, assumindo responsabilidades excessivas. Tornam-se displicentes com o que realmente tem a ver com elas. Não possuem a determinação necessária para concluir as tarefas em andamento. Preocupam-se demasiadamente com o andamento de tudo, mas não se dedicam objetivamente na efetivação daquilo que é prioritário. Projetam muito mais do que são capazes de realizar.
Esses indivíduos estão sempre insatisfeitos com os resultados obtidos nas situações ao redor, tanto pela sua própria ineficiência quanto pelas expectativas projetadas sobre os outros. Amargam fracassos familiares ou profissionais, frustrando sua vontade de interagir com o meio.
Alguns se isolam, permanecendo apáticos; outros procuram meios para chamar a atenção das pessoas, com chantagens ou histórias fantásticas. Há também quem aja com estupidez, para exercer certo domínio por meio da persuasão e do medo.
Nada disso, porém, irá preencher a pessoa o suficiente. É um engodo que a distrai, afastando-a de sua realidade interna, que precisa ser reformulada.
Não dependa do destaque alcançado, para sentir-se aceito e conseqüentemente integrado ao meio em que vive. Sinta-se bom o bastante, respeitando as devidas proporções de sua penetração diante daqueles que o cercam. Não cometa exageros. Seja simplesmente você, porque esse é o maior tesouro que se pode alcançar na vida.
Os obesos, naturalmente emotivos, possuem grande capacidade afetiva, tanto que, quando manifestam essa qualidade interior, conquistam ou promovem aqueles que estão à sua volta. No entanto, esse não é seu estado freqüente. Por terem sido muito afetados por essa sensibilidade, tomaram- se racionais, para se protegerem, evitando novas decepções.
As pessoas obesas têm dificuldade para expressar aquilo que sentem. Temem entregar-se ao relacionamento e sofrer decepções, como provavelmente já deve ter ocorrido no passado. Os traumas nas relações são as maiores agravantes desses temores presentes.
Mostram-se afetuosas com os outros, mas em seu íntimo repousa uma grande carência, que se intensifica por não saberem lidar direito com os próprios sentimentos. O temor de serem abandonadas por quem as ama faz com que desenvolvam apego excessivo, manifestando-se em forma de cobrança. Exigem constantes explicações, ocasionando um distanciamento cada vez maior entre o casal ou em relação aos entes queridos.
O próprio medo de perder as pessoas queridas leva-as a agir de maneira nociva para as relações, ocasionando a temida perda. A felicidade afetiva depende do bom desempenho de cada um na relação. A dificuldade de um reflete-se diretamente na convivência do casal ou da família, interferindo na harmonia do lar.
A excessiva atividade mental das pessoas que sofrem com o aumento de peso provoca ansiedade, que é desenvolvida basicamente pela dificuldade da pessoa em interagir com o vazio do momento, que precede uma ocasião especial. Em vez de preparar-se relaxando, ela se preocupa com o desfecho, deslocando-se para o futuro.
A ansiedade impede que se vivam intensamente as experiências, integrando-se com a realidade presente. Ficar preso ao passado e imaginar como será o amanhã provoca uma intensa atividade mental e, conseqüentemente, grande desgaste de energia em vão.
O excesso de peso revela falta de habilidade para aguardar o momento certo para agir. Temendo insucessos, a pessoa se previne, elaborando uma série de planejamentos para garantir resultados promissores.
Confiança em si próprio e nos processos existenciais é um conteúdo escasso no universo interior das pessoas obesas. Não havendo isso o corpo proporciona um revestimento de tecido adiposo que oferece uma falsa sensação de proteção e aconchego, que não é reconhecido no meio externo.
Exemplos disso ocorrem quando alguém passa por certos problemas, como ruptura de uma relação afetiva perda do emprego ou queda financeira, apresentando significativo ganho de peso. Isso significa que a falta de apoio afetivo ou material provoca uma lacuna emocional, que é compensada pelo revestimento de gordura no corpo.
Dedicar-se a reformular as condições interiores que figuram entre as causas metafísicas da obesidade representa um ingrediente fundamental nas dietas e exercícios que visam à redução ou ao controle do peso. Esse trabalho interior compreende, entre outras coisas, sentir-se vitorioso pelo simples fato de existir em meio aos desafios existenciais considerar a capacidade de superar obstáculos e expressar o potencial.
Não dependa dos bons resultados exteriores para promover a auto-estima e elevar o amor-próprio. Sinta-se bem o suficiente para realizar aquilo que cabe a você, sem depender do apoio ou consideração dos outros. Você é a causa de tudo e, conseqüentemente, o único responsável pela própria felicidade.
Não fiquem apenas nos planos mentais, traçando estratégias; dedique-se à realização. Procure pôr em prática cada pensamento, manifestando a possibilidade para realizar ou não aquilo em que você está pensando. Quando o projeto for totalmente inviável, considere aqueles pensamentos como sonhos fantasiosos, que só consomem energia e distanciam você da realidade; seja objetivo e prático. Desse modo, seu corpo permanecerá em condições saudáveis e bem apresentável, sem que você precise sacrificar-se tanto com regimes e exercícios.
Você merece um corpo saudável e em boas condições; para tanto, sinta-se bom o bastante para fazer aquilo que cabe exclusivamente a você. Não dependa dos outros nem de resultados concretos para seu bem maior.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

QUEM TEM BOCA VAI A ROMA

Quem tem boca vai a Roma
Vai, mas vai mesmo. Vai a qualquer lugar do mundo em busca do prazer de viver bem e com tudo a que tem direito. Quem tem boca vai ao beijo, expressa seu desejo, geme seu despejo. Quem tem boca, morde seu orgulho, cala seus medos, cospe suas angústias. Quem tem boca pergunta o caminho do céu e o do inferno também. Quem tem boca, expele seda e envolve em seus sonhos e carícias o ser iluminado e capaz de ouvir sua voz em um apelo de amor que fará da sua alma a maior e a mais plena, quando em flutuante êxtase, lhe gritar com a boca que não cala, a gratidão e o aconchego.

Quem tem boca não morre esquecido, não fala batido e não vive sem sentido. Quem tem boca vai onde a sua felicidade está e pede por ela em tom de bondade, em tom de humildade e com sinceridade.

Quem tem boca vai ao colo do ser amado e se entrega sem jogar e sem se prender às armadilhas da vaidade e do medo de errar. Não diminui, não exclui, não repele e não finge, não precisa.

Talvez seja este o mal do século no amor. Os homens estão fingindo não precisar dele e da sua forma mais simples de expressão.

Amar é ser medíocre, pequeno, pouco inteligente? Se entregar com simplicidade e desejo sincero de ser feliz com alguém, é pouco? Precisar do amor de alguém para se realizar sexualmente é coisa do passado, de românticos e de gente atrasada? A ordem é vencer? Vencer quem ou o quê? Vencer pra quê?

Tenho observado casais disputando quem precisa menos um do outro e ridiculamente se expondo a contorcionismos e acrobacias para se realizarem em suas necessidades mais básicas, como a básica necessidade de amar e de sentir prazer e de se satisfazer e se engrandecer perante o equilíbrio de energias que esta maravilhosa atividade humana pode proporcionar.

Tenho observado jovens e marmanjos, homens e mulheres e principalmente os mais desenvolvidos intelectualmente, representarem o papel de seres ilibados como se isto os elevasse a um status de ser humano especial capaz de negar a própria raça. Que loucura.... Sexo é melhor que terapia gente, que dinheiro no banco, que carro novo, que mansões luxuosas, que drogas. Sexo com envolvimento é melhor que comprar gente, é verdade.

O interessante é que estas mesmas pessoas estão comprando sexo desarvoradamente. Vertem-se ao apego louco e desenfreado da aquisição da matéria para tão e somente impressionarem e exercerem seu poder sobre o sensorial. Rodam, rodam, rodam e acabam ali, nos braços de alguém que enxergue nelas, alguém especial, ou melhor. Enriquecem, ficam poderosas de alguma maneira e vão comprar alguma forma de exercerem seus sentidos. É básico, é necessário, é fisiológico, é humano, é espiritual, é de Deus. Ninguém fica sem. Não acreditam? Querem resultados de pesquisas? Uhuuuu, não me obriguem, vocês vão cair de quatro. Vou ter que citar Nelson Rodrigues de novo?

Explodem diariamente, mais e mais bordeis, sex shops, motéis, casas de shows, mulheres e homens especializados em profissionais requintados, drogas para ereção, sons, imagens, texturas, formatos..... Quanta dissimulação, quanta loucura em detrimento a um mundo feliz, só para não ter que dar um pouquinho de carinho, um pouquinho de alegria, um pouquinho de prazer? Quanta preguiça e pretensão a uma vida boa sem nenhum sacrifício.

Quem tem boca vai a Roma e vai mesmo. Quem tem cabeça sabe o que pedir. Que sabe o que quer, não tem retrabalho, não tem que pegar atalho e não fica fora do baralho. O que você quer para sua vida? Honestidade pode ser uma boa pedida.

Fim de ano, época de rever valores e conceitos já há muito superados pelos mais simples e dispostos à felicidade e ainda tão enraizados por outros tantos complexos e confusos que a tudo contestam.

E agora, essa mania de não precisar do outro, esse modismo que vem disfarçando o medo e o pavor que a modernidade tem de se envolver e se doar. O egoísmo e o egocentrismo, superando a básica necessidade de amar. Você não precisa de nada disso? Parabéns. Você venceu!

O que você gostaria de verdade que o Papai Noel te trouxesse de presente este ano? É de sentir, é de comer, é de beber? Tem luz vermelha, estrelinhas, sai fumaçinha, apita? Vai com você para a eternidade ou na manhã do dia 26 você nem vai se lembrar porque pediu aquilo?

Feliz Natal e um Ano Novo de verdade para você. Do que seja a verdade para você, do que te faça a pessoa mais feliz do mundo. Não importa o que.

Muito obrigada por mais este ano. Eu adoro estar aqui.
Quem tem boca vai ao beijo, expressa seu desejo, geme seu despejo. Quem tem boca, morde seu orgulho.