domingo, 30 de outubro de 2016

CRISTIANISMO X PAULINISMO

Realmente, o que chamamos hoje de cristianismo tem pouco a ver com os preceitos de Jesus e as idéias que ele desejava difundir. O que temos atualmente seria melhor designado pelo nome de "paulinismo". Muitos princípios doutrinários não se conformam absolutamente com a mensagem de Cristo. São, na verdade, antes de tudo, um legado de Paulo, que tinha um modo de pensar radicalmente oposto àquele de Jesus. O cristianismo que conhecemos desenvolveu-se a partir do momento em que o "paulinismo" foi aceito como religião oficial. O teólogo protestante Manfred Mezger cita, a respeito, Emil Brunner: "Para Emil Brunner a Igreja é um grande mal-entendido. De um testemunho construiu-se uma doutrina; da livre comunhão, um corpo jurídico; da livre associação, uma máquina hierárquica. Pode-se afirmar que, em cada um de seus elementos e na sua totalidade, tornou-se, exatamente, o oposto do que se esperava". Por isso é válido questionar as bases que alicerçam a legitimidade das instituições vigentes. Uma pessoa que frequenta uma igreja cristã não pode deixar de assumir uma postura crítica, frente à proliferação de obscuros artigos de fé, e dos deveres e obrigações que a envolvem. Sem termos tido outros conhecimentos, e por termos crescido sob a única e exclusiva influência do estabelecido, somos levados a acreditar que, por subsistirem há tanto tempo, devem, necessariamente, ser verdade. Um homem surgiu no horizonte sombrio, trazendo uma mensagem cheia de esperança, de amor e bondade, e o que a humanidade fez com isso? Transformou tudo em papel, verbosidade, negócio e poder! Será que Jesus quis que tudo isso fosse feito em seu nome? Dois mil anos transcorreram desde que o audacioso Jesus tentou, pela primeira vez na história da humanidade, libertar os homens do jugo oficial das igrejas, caracterizado por burocracia, leis e figuras eminentes, por inflexibilidade, conflito em matéria de exegese, por hierarquia e sua reivindicação de autoridade absoluta, pelo culto, idolatria e sectarismo. Jesus queria uma comunicação direta entre Deus e a humanidade e nunca tencionou patrocinar ambiciosas carreiras eclesiásticas. Hoje já não ouvimos diretamente a voz de Jesus em sua forma natural. Ela é mediada por especialistas privilegiados e pela arbitrariedade de um corpo profissional. Jesus foi gerenciado, mercadejado, codificado e virou livro. Onde a fé viva e verdadeira foi substituída por crenças mesquinhas e intolerantes, baseadas num racionalismo clerical, os mandamentos de Jesus, de tolerância e amor ao próximo, desapareceram, assomando, em seu lugar, o dogmatismo e o fanatismo. A luta pela supremacia de uma "fé verdadeira" exclusiva deixou um rasto de revezes, violência e sangue no caminho percorrido pelas igrejas. Luta sem tréguas, desde o tempo dos apóstolos até nossos dias, e que ainda constitui o maior empecilho à reconciliação entre os vários credos cristãos. O teólogo protestante Heinz Zahrnt escreveu: "Fiquei profundamente traumatizado em minha carreira de teólogo. Sinto-me aviltado, humilhado, insultado, desonrado, mas não por ateus, que negam a existência de Deus, nem por gente zombeteira ou incrédula, que, embora indiferente religiosamente, conserva no coração um sentimento de humanidade, mas sim por dogmatistas. Por eles e por seus pastores que seguem apenas a letra dos ensinamentos que consideram ser o único caminho para chegar a Deus. Fui ferido no ponto mais central, no ponto que, apesar de uma profunda melancolia, tem me mantido vivo: minha crença em Deus..." A confiança no valor das experiências religiosas tende a decrescer com o desenvolvimento das capacidades intelectuais. A crença no racional e no provável ocupou o lugar reservado à fé luminosa e profunda como meio de captar a realidade. No processo de "amadurecimento" da sociedade moderna, o sentimento religioso é relegado ao âmbito do irracional, do improvável e, conseqüentemente, do irreal. Somente o pensamento lógico e a ação parecem determinar a realidade. À medida que cresce o nível educacional, as categorias transcendentais decrescem, deixando de ser objeto de experiências profundas. A principal causa desse equívoco é uma má interpretação do conceito de Deus. O divino não se coloca a uma distância utópica, mas dentro de cada um de nós, inspirando uma vida em harmonia com o Infinito e o reconhecimento de que nossa curta existência não passa de um momento da eternidade, da qual faz parte.

JESUS

A grande maioria dos cristãos acredita que a grandeza incomparável do cristianismo reside na verdade destes ensinamentos; porém, quando examinados mais de perto, revelam-se bem distantes da verdadeira doutrina ensinada por Jesus. Não encontramos nos evangelhos o menor vestígio da assim chamada doutrina cristã da salvação; nem mesmo no Sermão da Montanha — a quintessência da mensagem de Jesus — ou no Pai Nosso ou nas parábolas! Se fosse realmente tão importante, Jesus deixaria algum indício de que sua morte na cruz devia ser entendida como o meio de salvação da humanidade. Desconhecer esta postura de Jesus é ir contra sua ética vivencial.
Jesus não teorizou sobre sua missão e sobre sua mensagem, a fim de servirem de substrato a curiosidades acadêmicas. Ele viveu a doutrina que pregou, uma doutrina de tolerância, amor ao próximo, doação e partilha, a capacidade de carregar nos próprios ombros o peso dos outros; em outras palavras, um amor e uma ação ilimitados para com o ser humano. Este o caminho de salvação que nos mostrou!
Pessoalmente, considero Jesus o exemplo ideal de um Bodhisattva, com todos os predicados de um Buda, em busca da plena realização, da Iluminação e plenamente consciente da realidade divina; livre de laços individuais e completamente destituído de ambição egoísta. Via "o mundo real" como a raiz de todo o sofrimento e pregava aos seus discípulos a renúncia da vida e dos bens terrenos.
Dentro dos moldes deste ideal budista, no seio dos incontáveis ciclos de reencarnação, o que importa é aperfeiçoar constantemente o Carma através de ações corretas, para que, finalmente, se possa atingir o plano divino.
Quando abordei o tema da "Reencarnação no Novo Testamento" tentei demonstrar que Jesus — e depois dele todas as comunidades cristãs primitivas — aceitavam sem problemas a ideia de metempsicose, tal como exposta pelas crenças orientais da reencarnação. Aqui é interessante esclarecer como foi que o princípio da reencarnação se converteu em um
tremendo erro histórico em algum momento do século 4.

A Reencarnação no Novo Testamento


Em diversas passagens do Novo Testamento encontramos claras
referencias à reencarnação. Essas passagens, porém, são raramente comentadas e, de um modo geral, mal interpretadas. A crença na reencarnação constituía um dos dogmas das comunidades cristãs primitivas, mas depois foi considerada herética e banida da teologia cristã no Segundo Concílio de Constantinopla em 553 d.C. O Antigo Testamento
traz trechos que evidenciam a fé na metempsicose. Friedrich Weinreb cita, no livro de Jonas, um exemplo de reencarnação punitiva, sob forma animal, e a reencarnação de Nimrod. Weinreb explica o conceito judeu da alma divina "Neshamá" como sendo o espírito divino que existe, igualmente perfeito, em todos os homens e do qual emerge, de tempo em
tempo, um ou outro traço característico'.
A famosa enciclopédia alemã Konversations lexikon, de Meyer, *
datada de 1907, continha a seguinte passagem sobre o tema "A
Reencarnação no Talmud Judeu": "Os judeus, no tempo de Cristo,
acreditavam na transmigração da alma. Os talmudistas pensavam que Deus havia criado um número limitado de almas judias, que renasceriam enquanto houvesse judeus, com ocasionais reencarnações punitivas, sob a forma animal. Todas apresentar-se-iam purificadas no dia da ressurreição e viveriam no corpo dos justos na terra prometida". (Vol. 18, pág. 263).
De fato, o Antigo Testamento termina com a profecia da reencarnação de Elias (como tinha sido pressagiado por volta de 870 a.C): "Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o Dia do Senhor, grande e terrível" (Malaquias, 3,23).
Alguns séculos mais tarde, um mensageiro anuncia a Zacarias o
nascimento de um filho: "Disse-lhe porém o anjo: 'Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração; e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, a quem porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho nem bebida embriagante; desde o ventre de sua mãe, ficará pleno do
Espírito Santo e converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. Ele caminhará à sua frente com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, para preparar ao Senhor um povo bem disposto' ". (Lucas 1,13-17).
Jesus, mais tarde, respondeu expressamente aos discípulos que
perguntavam se João Batista era Elias: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não surgiu nenhum maior que João Batista, e no entanto o menor no reino dos céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus sofre violência, e violentos se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias, que deve vir" (Mateus 11,10-14).
Nunca soubemos em que lugar João Batista passou sua juventude. Só contamos com a ligeira referência do evangelho de São Lucas: "O menino crescia e se fortalecia em espírito e vivia nos desertos, até o dia em que se manifestou a Israel" (Lucas, 1,80).
E possível que João tenha sido reconhecido como a encarnação de um espírito altamente evoluído e que, portanto, tenha sido educado na India.
Se é este o caso, a frase "preparando o caminho do Senhor" poderia ter uma outra interpretação além daquela figurativa.
Em outra passagem do Novo Testamento, Jesus perguntou a seus discípulos: " 'Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?' E eles responderam: 'Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas!' Então lhes perguntou: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' Simão Pedro, respondendo, disse: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo' " (Mateus 16,13-16). E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: " 'Por que razão os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro?' E Jesus, respondendo, disse: 'Certamente terá de vir para restaurar tudo. Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do homem irá sofrer da parte deles' " (Mateus 17,10-13).
Então, de acordo com o evangelho, o próprio Jesus confirmou que a alma de Elias reencarnara em João. Elias tentara fazer do monoteísmo a religião oficial e ensinou que Deus não se manifesta sob a forma de violência e destruição, mas como um "suave murmúrio", no labor silencioso, na indulgência. Elias era um típico monge peregrino, coberto de farrapos, alimentando-se milagrosamente e fazendo milagres, como a multiplicação da comida e a ressurreição dos mortos. Tinha autorização para ungir outros, como um enviado, e atraiu um grande número de adeptos.
Finalmente desapareceu de uma forma misteriosa (ascensão) e, durante três dias, foi procurado em vão por cinqüenta homens.
Os seguidores de Jesus sabiam que ele era uma encarnação, mas incertos sobre quem teria sido na vida anterior, começaram a refletir. Jesus nunca os esclareceu diretamente sobre isso, mas confirmou o ponto de vista de seus discípulos, encorajando-os em sua busca: "Quem dizeis que eu sou?"
No trecho em que Jesus cura o cego de nascença, os discípulos perguntam: "Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?" A ideia de que alguém pudesse ter nascido cego por causa de um pecado anterior só poderia partir da premissa de uma vida anterior e de um subseqüente renascimento. A questão também sugere, implicitamente, o sublime conceito de Carma, pelo qual os atos da vida anterior de uma pessoa determinam seu novo destino.
No terceiro capítulo do evangelho de São João, surge, clara, a noção da reencarnação. Quando Jesus encontrou o chefe judeu chamado Nicodemos, dirigiu-lhe as seguintes palavras: "Em verdade, em verdade, te digo, quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus".
Nicodemos, que nada sabia sobre o renascimento, pergunta-lhe atônito:
"Como pode um homem nascer, sendo já velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, te digo, quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus" (João 3,3-5). Esta resposta sugere, naturalmente, o nascimento final na vida espiritual pura, após muitas passagens terrenas.
Em 1900, o americano James Morgan Pryse fez uma lista dos trechos do Novo Testamento, em que se encontra implícita a doutrina da reencarnação. De acordo com Pryse, os ensinamentos de Jesus reafirmavam a sabedoria dos antigos filósofos e os princípios fundamentais do mundo antigo.
O reconhecimento de que o princípio espiritual da vida humana e o princípio espiritual do universo (microcosmo e macrocosmo) são essencialmente os mesmos, significa que todos os elementos, forças e processos são inerentes no homem, tanto num sentido material como divino. Esta compreensão do mundo implica a harmonia espiritual de todos os seres e a unidade absoluta entre a Natureza e Deus. Enfatiza a presença contínua de Deus no tempo e no espaço em cada partícula do universo. Em seu aspecto físico, o homem é uma manifestação do espaço indiferenciado, ilimitado e eterno, da Unidade divina que se materializou através das idades, em todas as várias formas de vida. O primeiro e verdadeiro Ser é, foi e será perpetuamente imutável. Em contraposição, a natureza e o universo estão em contínua transformação — em estado de devir.
Assim, a alma ou espírito do homem é imperecível, estando sujeito à seqüência de causa e efeito, em suas contínuas encarnações. Para se libertar do ciclo dos renascimentos e, finalmente, retornar à condição divina, o homem precisa ter consciência desse fato e transcender o campo material em que atua. Após uma série de reencarnações, o Carma da existência terrena é superado e, em estado de pureza absoluta, o ser intrínseco e espiritual se funde na Unidade eterna. E esta, em síntese, a doutrina original da reencarnação.
E possível transcender os estreitos limites da existência física ainda na
terra, e compreender a própria natureza divina através do estudo, da percepção, da profunda meditação, da disciplina e da renúncia.
A forma de atingir esse objetivo vem exposta no evangelho de Mateus:
"Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mateus 5,48). Porém, o caminho da perfeição é feito de muitas reencarnações, através das quais o homem evolui, até, finalmente, despertar para a Verdade do Filho de Deus e viver como Jesus viveu. "Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim. Crede-o, ao menos, por causa dessas obras. Em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará até
maiores do que elas..." (João 14,11-12).

SABEDORIA

Os SÁBIOS não se demoram nas regiões prazenteiras dos sentidos.

Os SÁBIOS não dão atenção às vozes encantadoras da ilusão.
 Busca por aquele que te fará nascer  no Salão da Sabedoria, o Salão que está mais além. Nele todas as sombras são desconhecidas, e a luz da verdade brilha com uma glória que jamais perde sua força.

Aquilo que nunca foi criado está presente em ti, Discípulo, assim como está presente naquele Salão. Se queres alcançá-lo e unir os dois, deves deixar de lado as tuas escuras vestimentas de ilusão. Endurece a voz da carne, não deixes que imagem alguma dos sentidos se ponha entre a sua luz e a tua, de modo que assim os dois possam tornar-se um. E, tendo compreendido a tua própria Ajnyana, foge do Salão do Aprendizado. Este Salão é perigoso em sua beleza pérfida. Ele só é necessário para a tua provação. Cuida, Lanu, para não ser fascinado e capturado por esta luz enganosa.
 Esta luz brilha desde a joia do Grande Enganador (Mara).  Ela domina os sentidos, cega a mente, e deixa o imprudente abandonado e destruído.  

A mariposa atraída para a luz deslumbrante do teu lampião noturno está condenada a perecer no óleo viscoso. A alma imprudente que deixa de lutar contra o demônio da imitação e da ilusão, retornará à terra como escrava de Mara.

Observa as Hostes de Almas. Olha como elas pairam sobre o mar tempestuoso da vida humana, e como, exaustas, sangrando, com as asas quebradas, caem uma depois da outra nas ondas crescentes. Levadas por ventos terríveis, perseguidas pelo temporal, elas vão à deriva até os remoinhos, e desaparecem dentro do primeiro grande vórtice.

Se queres alcançar o Vale da Bem-Aventurança através do Salão da Sabedoria, Discípulo, fecha com força os teus sentidos contra a terrível heresia da Separatividade  que te afasta do resto.
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 O Iniciado – que transmite Conhecimento ao discípulo, levando-o até o seu nascimento espiritual, ou segundo nascimento – é chamado de Pai, de Guru ou de Mestre.
 Ajnyana é ignorância ou não-sabedoria, o oposto de Conhecimento, Jnyana.
 Mara, nas religiões exotéricas, é um demônio, um Asura, mas em filosofia esotérica é a tentação, personificada através dos vícios dos homens. Traduzida literalmente, a palavra significa “aquilo que mata” a Alma.  Mara é representado como um Rei (o Rei dos Maras) com uma coroa em que se destaca uma joia de tamanho brilho que torna cegos aqueles que olham para ela.  Este brilho se refere, naturalmente, ao fascínio que o vício exerce sobre certas naturezas.



SALÃO DA IGNORÂNCIA

Se queres aprender os nomes deles, então escuta com toda atenção e lembra. 
O nome do primeiro Salão é IGNORÂNCIA − Avidya. 
Este é o Salão em que tu viste a luz, em que tu vives e morrerás.
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O mundo fenomênico dos sentidos e da consciência apenas terrestre.

SALÃO DO APRENDIZADO

O nome do segundo Salão é Salão do APRENDIZADO. Nele a tua alma encontrará as flores da vida, mas sob cada flor haverá uma serpente enroscada.
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O Salão do Aprendizado Probatório. 
A região astral, o mundo psíquico das percepções super-sensoriais e das visões enganosas − o mundo dos médiuns. Esta é a grande “Serpente Astral” de Eliphas Levi. Nenhuma flor colhida nestas regiões jamais foi levada para a terra sem uma serpente enroscada em torno do seu talo. Este é o mundo da Grande Ilusão.

SALÃO DA SABEDORIA

O nome do terceiro Salão é SABEDORIA, além do qual se estendem as águas sem praia de AKSHARA, a indestrutível Fonte da Onisciência.
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A região da completa Consciência Espiritual, além da qual não há mais perigo para aquele que chegou a ela.
Se queres atravessar o primeiro Salão em segurança, não deixes que a tua mente confunda o fogo da luxúria, que arde ali, com a luz do sol da vida.
Se queres atravessar o segundo Salão em segurança, não pares para experimentar a fragrância fascinante das suas flores. Se queres libertar-te das correntes cármicas, não procures o Guru nestas regiões mayávicas.
Os SÁBIOS não se demoram nas regiões prazenteiras dos sentidos.
Os SÁBIOS não dão atenção às vozes encantadoras da ilusão.
Busca por aquele que te fará nascer no Salão da Sabedoria, o Salão que está mais além. Nele todas as sombras são desconhecidas, e a luz da verdade brilha com uma glória que jamais perde sua força.
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A região da completa Consciência Espiritual, além da qual não há mais perigo para aquele que chegou a ela.

SALÃO DA SABEDORIA

Busca por aquele que te fará nascer no Salão da Sabedoria, o Salão que está mais além. Nele todas as sombras são desconhecidas, e a luz da verdade brilha com uma glória que jamais perde sua força. 
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O Iniciado – que transmite Conhecimento ao discípulo, levando-o até o seu nascimento espiritual, ou segundo nascimento – é chamado de Pai, de Guru ou de Mestre.

LIÇÃO 302


Onde havia escuridão eu contemplo a luz.
Pai, os nossos olhos enfim estão se abrindo. O Teu mundo santo nos espera, enquanto a nossa vista nos é enfim restituída e podemos ver. Pensávamos que sofríamos. Mas havíamos esquecido o Filho que criaste. Agora vemos que a escuridão é a nossa própria imaginação e a luz existe para que olhemos para ela. A visão de Cristo transforma a escuridão em luz, pois quando vem o amor, o medo tem que desaparecer. Que hoje eu perdoe o Teu mundo santo para que possa olhar para a sua santidade e compreender que apenas reflete a minha.
O nosso Amor nos espera quando vamos a Ele e anda ao nosso lado, mostrando-nos o caminho. Ele não falha em nada. Ele é o fim que buscamos e o meio pelo qual vamos a Ele.

LIÇÃO 303


Hoje o Cristo santo nasceu em mim.
Vigiem comigo, anjos, vigiem comigo hoje. Que todos os Pensamentos santos de Deus me cerquem e permaneçam comigo em quietude, enquanto nasce o Filho do Céu. Que os sons terrenos se calem e as cenas que estou habituado a ver desapareçam. Que Cristo seja bem-vindo onde Ele está em casa. E que Ele ouça os sons que compreende só veja as visões que mostram o Amor do Seu Pai. Que Ele não seja mais um estranho aqui, pois hoje Ele nasceu em mim novamente.
Pai, o Teu Filho é bem-vindo. Ele veio salvar-me do ser maligno que fiz. Ele é o Ser Que me deste. Ele é apenas o que eu realmente sou na verdade. Ele é o Filho que Tu amas sobre todas as coisas. Ele é o meu Ser tal como me criaste. Não é Cristo Que pode ser crucificado. A salvo em Teu Braços, que eu receba o Teu Filho.
Quando ele tiver cessado de escutar os muitos, ele poderá discernir o UM − o som interno que mata os sons externos.