Tudo o que vivemos,
pensamos, sentimos e experimentamos, passa pelos sentidos do corpo: audição,
visão, olfato, paladar e tato. As mensagens desses órgãos dos sentidos são
enviadas para o cérebro que automaticamente ou voluntariamente envia, através
do sistema nervoso, comandos para a parte do corpo que responderá a esse
estímulo. Por exemplo, se sentimos medo de alguma ameaça porque vimos algo que
nos assusta ou mesmo pensamos nisso, o cérebro manda comandos para fugir
(músculos, circulação sanguínea alterada nas pernas) ou atacar (costas, ombros,
braços e mãos tencionam e recebem mais sangue também). Essas são respostas
naturais do organismo sendo que quando a ameaça se afasta, as respostas cessam
automaticamente. Pense no que acontece quando uma criança convive em ambiente
hostil onde agressões físicas e/ou verbais, dirigidas a ela ou entre os
familiares, são uma constante. Na maioria dos casos ela não pode reagir nem
fugir pq isso provavelmente provocará mais agressão. Então ela desenvolve
algumas tensões crônicas pq aqueles comandos que o cérebro emite ficam
“congelados” na periferia do corpo, sem a possibilidade de dissolução. Essa
criança tem chances de vir a ser um adulto com dificuldades de expressar sua
raiva, que se acumula e extravasa através de explosões. Ou pode tornar-se uma
pessoa com temores generalizados ou algum tipo de fobia. Uma terapia que aborde
o corpo utiliza de exercícios e manobras para dissolver essas tensões crônicas
ao mesmo tempo em que lida verbalmente com o conteúdo emocional e as crenças
componentes dessas situações passadas. A terapia corporal trabalha na
consciência do corpo, levando o cliente a assumir o comando de suas reações que
antes eram inconscientes e/ou descontroladas.