sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tudo que mexe muito com a gente tem que ver. Algumas qualidades da gente são positivas, mas vemos como negativas. Isso acontece por alguns motivos, às vezes porque casamos, por exemplo, ou porque entramos em determinado trabalho, pomos essas qualidades para trás. Se isso for importante, nosso espírito vai colocar bem grande. E como vai aparecer? Com o deslumbramento. Que é a paixão. E paixão não é amor e também não é atração sexual. São setores diferentes. Paixão é uma coisa compulsiva na pessoa, ela não quer sentir, mas ela sente.

É muito comum a mulher ser educada para não ser independente. Por isso ela se castra. Não ser independente não é coisa da feminilidade, é da cultura. Se o homem for criado assim ele fica também assim. É comum a mulher se apaixonar pelo homem por ver nele algo que ela nega nela. Muito tempo depois, quando tudo tiver passado, ela vai olhar e pensar “O que eu vi nele?”. É sempre assim que acontece quando é a paixão, é uma doença, a pessoa sofre antes, durante e depois. Porque não vê que o objeto de sua paixão nada mais é do que alguém que tem qualidades que ela está negando em si mesma.

Quando enxerga isso a paixão acaba. O duro é a pessoa ver isso porque ela sempre prefere continuar negando e pulando de um relacionamento infeliz para outro e sempre com muito sofrimento. Sempre que a coisa é compulsiva tem a ver comigo, quando fico querendo aconchego do outro é que não estou vendo o meu. O amor é algo diferente, ele é tranqüilo, não tem altos e baixos, é gostoso de sentir, traz paz, traz alegria e não fica pedindo nada. É só sentir. E curtir. É de mim para mim. Sexo também não tem nada a ver com paixão, tem a ver com energia.

Energia boa atrai e é como o tipo sanguíneo que combina com o outro. Ou combina ou não combina. Quando a atração se combina dá aquele tchan. É a atração, e nem precisa ter amor nesse caso, é só uma coisa de pele, é uma questão energética. As pessoas confundem muito paixão com amor e atração sexual. Precisa aprender a interiorizar esse estado para resolver. Nosso espírito é feito da essência divina, é o princípio. Temos em nosso espírito os princípios divinos, que antigamente chamávamos deuses. Somos todos compostos de aspectos diferentes. Desses princípios advém as qualidades que fazem o nosso temperamento e é ele que impulsiona tudo em nós. As qualidades são nossos princípios mais marcantes, são as nossas funções. Se você tem certas qualidades é que você foi feito para fazer determinada coisa. Toda vez que você está fazendo coisas que são do seu temperamento, fica à vontade, e a natureza conspira a seu favor.

Quando você está contra, a natureza não está com você e as coisas não dão certo. Aí surgem os desequilíbrios, as doenças que são de toda espécie, desde físicas até emocionais, financeiras, sociais, todas. As coisas não fluem direito. Só que nossa educação não vê isso. Nossa educação dita NORMAS. O que é normal e o que não é normal. Só que esse normal é um padrão inventado. E, por causa disso, eu me vejo como errado e por isso me bloqueio. E minhas qualidades são negadas para entrar no “normal” da sociedade. E aí eu declaro guerra. Isso é conflito. O conflito se expressa e você acha que tem que resolver FORA, e não vê que é aí DENTRO que tem que resolver. Mas a gente insiste, e aí se força e aí cai.

Personalidade é diferente de temperamento, essa você pode mudar, porque é coisa aprendida. Aprendeu, por exemplo, a ficar com raiva se o namorado sai com outras, a cumprimentar pelo aniversário, a chorar a morte de alguém, etc. E se a coisa mais incomoda do que lhe ajuda você pode mudar. Outro exemplo: você pode ter aprendido a ficar com raiva de tudo aquilo que não é de seu agrado; você pode a partir deste momento decidir que não mais se chateará com isso. Toda vez que você avilta o seu temperamento por causa da educação, do “normal”, cria conflitos e coloca a natureza contra você. Como era o seu temperamento? Reporte-se à sua infância.

O que aconteceu? Por que você mudou? Quando as coisas começaram a não dar certo? Perceba que você foi contra o seu temperamento. Como você era com as colegas quando criança? Por que você mudou, qual o motivo? Foi casamento, teve filhos, por causa de trabalho? Analise, perceba.

Quando entra no desequilíbrio, este é cheio de angústia. Para ficar na paz tem que ter equilíbrio, tem que se aceitar, ser firme, se bancar. A pessoa que fica dividida, fica fraca, insegura. Toda vez que a pessoa se aceita, ela também é aceita pelas pessoas.Quando se condena, é condenada.Só se dá a quem tem, quem não tem até o pouco que tem lhe será tirado. Quer ser amado? Tenha energia de amor. “Por que você me trata assim”, ela pergunta. Olha a resposta: “Porque você é tratável assim.”Se você se rejeita, você também será rejeitado.

Se você não assume o seu temperamento não espere nada de bom da vida, não tem como isso acontecer. Seu temperamento é cheio de suas qualidades, ele é o seu charme. Se você não usa os seus dons você perde o poder. Nós somos todos diferentes uns dos outros, por exemplo, na bondade. A bondade verdadeira não é aquilo que você faz por DEVER, e sim que você faz por PRAZER. Existem diferentes tipos de bondade, assim como de prazer, de paladar. E todos sentem diferente, tem mais isso, ninguém sente igual. Por isso não adianta ficar cobrando do outro “Ah, mas como você tem que limpar a casa toda a semana? Eu não tenho” Você não criatura, mas o outro é o outro e o que é bom para ele e o que ele gosta é problema dele não seu.

Nem que você seja, mãe ou pai, ou esposa ou marido, não tem nada a ver com o do outro. Nem no bem nem no mal. Nem que ele esteja fazendo algo que você acha prejudicial o problema é dele. Cada um cuida de si e é a vida quem vai cuidar de cada um, ela não manda que você cuide do outro. Você pode sim, fazer coisas pelo outros, se sentir uma vontade genuína, sem ser por dever, mas sem se intrometer no momento de aprendizado do outro. Porque tudo que estamos passando é aprendizado. E não adianta querer fazer a lição do outro. A dele é dele e ponto final.

E você ainda continua trabalhando para ser normal (e sofrendo por isso) E tudo de normal não passa de invenção, eu não quero ser normal, eu quero ser é natural, SER EU, ter essa harmonia comigo, não ficar sem graça, não ficar com vergonha, não perder as oportunidades por vergonha. Quando você não está com você, fica inseguro e fica tudo tão limitado. E a segurança também precisa da aceitação do temperamento. Quem critica os outros, observe, se critica muito também. Sempre. Isso é mediocridade e o medíocre é tóxico. A pessoa nutritiva não faz isso, ela já entende o princípio da fraternidade e aceita as diferenças, sejam elas políticas, religiosas, raciais, sociais, etc. Jogue fora o negócio de “normal”: “Eu sou do meu jeito, eu me aceito. O QUE VOCÊ É É. EU VIVO NO ´”É”.

A personalidade se muda, esse negócio de não se aceitar é traço da personalidade e você pode mudar. O mundo faz a cabeça da gente, faz com muita coisa legal, mas faz com muita coisa que é lixo também e que pode ser jogada fora. Você não está bem? Não aceite. Fique bravo, para resolver. “Eu estou do meu lado, se os outros não estão isso não é importante”. Quem vai ser contra mim quando eu estou do meu lado? Você não tem que se adaptar ao mundo, o mundo é que tem que se adaptar a você. Aí começa a vir tudo de bom para você. Uma das coisas mais afetadas pela não aceitação de nosso temperamento é a parte endócrina. Na verdade, temperamento é Deus em nós.

Como era você antes de se casar? Ou antes de ter filhos ? Ou antes de trabalhar nessa sua atividade? Observe. Quando você não tem crítico, está muito com você, você é nutritivo e aí você é amado, é ouvido. Como você descobre o seu temperamento?

A PRIMEIRA DICA é a paixão, toda a pessoa que você admira muito, tem um deslumbramento, que mexe com você, tem características que você nega em você. Olhe para o objeto de sua paixão e pergunte “O que nessa pessoa me atrai tanto?” E veja você com isso que admira nela, imagine-se com isso.

Pode até ter paixões por coisas materiais também, por carros, por exemplo: quando tem essa paixão é a pessoa que se castra, que o carro traduz em velocidade e ousadia. O que mexe com você tem a ver e é legal que mexe porque aí você vê, vê o que você está negando em você. No momento que você vê isso, a pessoa já deixa de ser objeto de sua paixão, já não é mais tudo aquilo tudo que você achava. Seja você, cale aquela vozinha lá dentro que diz “Mas você é aquele que ...” É um requisito para a felicidade você estar bem consigo mesmo.

Exercício

Feche os olhos, relaxe, fique na paz. Aplique-se um passe. Em seguida, coloque as mãos em direção ao universo dizendo “Absorva prana”. Depois coloque-as abaixo do umbigo, no chacra do entusiasmo e pense naquela pessoa que desperta a sua paixão, no que tem nela que você nega em si mesmo, e deixe vir:

“eu sou ... “ e vá dizendo as qualidades que você vê nela, vendo-as em você, vá afirmando. Visualize o encanto da pessoa em você dizendo “Eu sou muito isso, eu sou muito assim.”

Afirme, fale com sentimento, com força, vendo com certeza tudo isso em você. Em seguida silencie novamente,relaxe as mãos, ponha-se em repouso e peça,desde que seja possível para ele nesse momento, a presença de um guia espiritual seu.

Sinta essa presença, peça um toque , sinta esse toque. Peça-lhe que lhe diga algo e ouça isso através de seu pensamento. Fique sentindo mais um pouco e em seguida se despeça, abra os olhos e se espreguice. Espreguiçar é importante, porque quando relaxa seu perispírito se desencaixa, e no espreguiçar ele se encaixa novamente. Por isso nos espreguiçamos ao acordar de manhã. 
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