terça-feira, 29 de novembro de 2016

DHARMA - KARMA - SAMSARA

Entenda de uma vez por todas a relação entre dharma, karma e samsara
Preso ao samsara, através da lei do karma, encontra-se o homem
Num passado longínquo, sábios (rishis) da Índia compreenderam a maneira mais fácil e perfeita de se conectar com o universo: “agir de acordo com as próprias leis da natureza”.
Dharma é um termo sânscrito, provém da raiz “dhr”, “levar”, “suster”, “portar”, e significa “suporte”, “aquilo que sustém, mantém unido ou elevado”. Dharmah, “religião”, “código de vida”, “modo de bem viver”, “dever ou obrigações”. Dharmam, “doutrinas”.
Dharma é a lei universal da natureza, que se expressa em cada ser e, simultaneamente, em todo o universo, através de sua influência constante e cíclica; a justiça ideal que faz com que as coisas sejam o que elas são, ou o que devam ser. É um dos principais conceitos do Hinduísmo, Budismo e Jainismo. É o princípio da verdade que mantém todas as coisas animadas e inanimadas em harmonia, favorecendo o crescimento e o desenvolvimento espirituais.
Dharma aponta para os fundamentos da lei universal na qual os pensamentos, sentimentos e as ações humanas devem basear-se para obter apoio do universo. Os hindus a chamam de Sanatana Dharma, ou “eterna lei da verdade”, sugerindo que a tradição da lei natural não é limitada pelo tempo, espaço ou pessoa.
Para os budistas, Buddha Dharma é o caminho natural para a iluminação. Uma vida centrada no dharma é o alicerce necessário para se vivenciar a filosofia yogue e a base de todos os tratamentos ayurvédicos. Dharma também é a capacidade de prestar serviço, o que consiste numa das qualidades essenciais dos seres humanos. Portanto, cada pessoa deve conscientizar-se de seu dharma e realizá-lo da melhor forma possível.
Outra maneira de conectar-se com a mente do universo se dá através da prática diária do yoga, do cultivo do silêncio interior, da meditação (dhyana), reconhecendo a verdadeira natureza que jaz em seu próprio ser (quando alguém reconhece a sua própria natureza interior, está praticando yoga); desligando-se dos sentidos (pratyahara) e das coisas mais próximas ao seu redor, aproveitando o tempo para experimentar o silêncio, nele se concentrar, e apenas existir.
Muito antes do físico, matemático e astrônomo inglês Isaac Newton (1642-1727) ter estudado e descrito brilhantemente uma importante lei da física, “Ação e Reação”, os sábios e yogues da antiga Índia já a haviam observado na natureza e, inclusive, preocupavam-se com os frutos das ações humanas e filosofaram profundamente a respeito disso.
A mais importante lei dhármica é o karma (da raiz “kr”, “fazer”, “ação”, “rito”, “execução), significa “ação” ou “atividade”. É a lei da ação e reação, de causa e efeito. Sir Newton descreveu metodologicamente uma lei física, enquanto que esses antigos sábios e yogues foram capazes de descrever filosoficamente algo ainda mais sutil, uma lei que além de física é também espiritual.
Da forma como se age, experimentam-se os frutos das próprias ações, não apenas na vida presente, mas também em vidas futuras. Existe uma infinita justiça no universo que se manifesta através de inúmeras vidas ou encarnações, não apenas instantaneamente. Para os yogues e hindus, nenhum débito fica sem ser pago no universo. Os frutos das ações kármicas podem restringir a consciência (chit), conduzi-la a um estado de aprisionamento, estagnação, ignorância (tamas), miséria, apego e doenças, o que confere intranquilidade à mente (chitta ou manas), sofrimento, e aprisioná-la em conquistas efêmeras.
Pode-se imaginar alguém jogando uma pedrinha na superfície de um lago imóvel, cristalino e sereno, observando as ondulações que ela produzirá, quando atingir a sua superfície; isso reflete a “lei de ação e reação”. Também, quando se busca aquietar a mente e se concentrar, e uma ideia ou pensamento aflige a mente, isso poderá produzir (dependendo da identificação ou não com esse pensamento) inúmeras modificações mentais.
Então, deve-se persistir na concentração até que a mente se torne completamente serena, livre das interferências dos pensamentos. As ações humanas têm um significado além do que se pode ver na superfície. Toda ação produzirá uma energia que retornará ao seu progenitor. Colhem-se os frutos que se plantam. Quando alguém opta e realiza ações que favorecem a natureza, os animais, a justiça, a felicidade e a prosperidade de outras pessoas, essas ações acabam tornando-se parte dessa pessoa e ela, também, torna-se realizada, próspera e feliz.
Ao se relacionar, uma pessoa terá que dar de si mesmo, precisará valorizar e compreender o seu próximo. Todos os dias os seres humanos executam inúmeras ações sutis que acabam influenciando enormemente o que a vida lhes traz. Em termos práticos, deve-se perguntar a si mesmo: “Quais serão as consequências da minha escolha ou atitude?” Dentre uma gama de escolhas, há sempre uma correta, que pode trazer harmonia, felicidade, saúde, liberdade e prosperidade. Como realizar a escolha correta?
No momento em que se faz uma escolha, deve-se prestar bem atenção aos próprios sentimentos. Se ocorrerem dúvidas, desconforto, receios e mal-estar, então, provavelmente, a escolha não é de karma apropriado. O presente e o futuro são arquitetados por escolhas feitas a cada instante da vida. Tudo o que acontece no presente momento é resultado de escolhas que se fez num passado próximo ou distante. Tais escolhas podem trazer consequências evolutivas ou destrutivas.
A lei do karma ressalta que a cada momento existe a possibilidade de se realizarem coisas diferentes e mudar-se favoravelmente o rumo da vida. Deve-se parar um momento e testemunhar as escolhas já feitas e aquelas por se fazerem na vida.
Samsara
Na maioria das tradições filosóficas da Índia, tais como o Hinduísmo, Budismo e Jainismo, o samsara – ciclo mecânico de morte e renascimento – é tido como algo natural. Preso ao samsara, através da lei do karma, encontra-se o homem, cujos frutos de suas ações, sejam eles bons ou maus, devem esgotar seus efeitos através de inúmeras existências.
O homem deve transcender o samsara mediante a “iluminação” de sua consciência. O karma e o samsara podem ser transcendidos ou dissolvidos mediante dois caminhos que conduzem à libertação (moksha): a aquisição de jnâna (conhecimento superior) e a prática de bhakti (devoção, amor). Uma vez que a sabedoria libertadora (vidya) é alcançada através do conhecimento (jnâna), a ideia do ahamkâra (sentido de individualização, ego) e mamata (“ação do eu” ou “isso é meu”) se dissolve; consequentemente, o samsara se extingue, e a natureza divina existente no homem (atman), alcançando a libertação (moksha), funde-se a Brahma (deus criador), à consciência do universo.
Com a dissolução da ilusão de aham (“eu sou”) e mamata (“isso é meu”, apego), atman, finalmente, alcança-se a verdadeira compreensão de que se é também Brahman (o Absoluto) – aham brahmansmi, “eu sou brahman” – e o samsara deixa de existir.
por Gilberto Coutinho

Krishna e Cristo


Vishnu, de acordo com as mais antigas fontes, apareceu sob a forma de homem em 4 000 a.C. à virgem Devanaki (= mulher criada para Deus) que pertencia à casa real. Devanaki caiu em êxtase, ofuscada pelo espírito de Deus, que uniu-se a ela em divino e majestoso esplendor. Devanaki concebeu uma criança. Uma profecia no Atharva-Veda narra o acontecimento da seguinte forma: "Bendita és tu, Devanaki, entre todas as mulheres, e bem-vinda seja entre os sagrados Rishis. Fostes escolhida para a obra da salvação... Ele virá com uma coroa de luz e o céu e a terra se encherão de júbilo... Virgem e mãe, nós te saudamos, como a mãe de todos nós, pois dará a luz ao nosso salvador, a quem darás o nome de Krishna". No Bhagavad-Gita, o rei de Mathura foi avisado, em um pesadelo, de que a filha de sua irmã, Lakshimi, teria um filho que seria mais poderoso que o próprio rei. A virgem Devanaki e seu filho recém-nascido esconderam-se no campo em companhia de alguns pastores, escapando milagrosamente aos soldados a quem o rei havia ordenado matar todos os recém-nascidos do sexo masculino. O Atharva-Veda conta esta mesma história de modo diferente. O rei Kansa de Mathura viu uma estrela cadente e consultou um brâmane sobre seu significado. O sábio homem disse que o mundo havia se tornado cruel, e que Deus se compadecera do homem, dominado pela cobiça e pelo pecado, enviando à terra um salvador. A estrela era Vishnu, encarnado no ventre de sua sobrinha, Devanaki, que, um dia, desagravaria a humanidade de todos os seus crimes, guiando-a por novos caminhos. Enraivecido, o rei ordenou a morte do brâmane e de todos os meninos recém-nascidos. Existem muitas versões sobre a juventude de Vishnu e muitos poemas exaltando suas qualidades e poderes. Assim como o menino Jesus nos evangelhos apócrifos, o menino Krishna realizava todo tipo de milagres. Foi assim que ele conseguiu sobreviver à armadilha que seu tio Kansa lhe preparou. Em uma ocasião, uma serpente esgueirou-se para dentro de seu leito, a fim de estrangulá-lo, mas foi morta pelas próprias mãos do menino (cf. o mito do jovem Hércules). Mais tarde, Krishna venceu a serpente de muitas cabeças, Kalia, e obrigou-a a deixar o rio Yamu-na. Os atos heróicos desse extraordinário menino indiano encheriam volumes inteiros. Com 16 anos, deixou a companhia da mãe para divulgar sua doutrina por toda a índia. Condenava a corrupção do povo e dos príncipes e dizia ter vindo ao mundo para redimir o homem do pecado original, para exorcizar os espíritos imundos e restaurar o reino do bem. Superou tremendas dificuldades, lutou, sozinho, contra exércitos inteiros, realizou toda a sorte de milagres, ressuscitou os mortos, curou leprosos e aleijados, restituiu a visão aos cegos e a audição aos surdos. Rodeou-se, finalmente, de discípulos que cuidaram dele com o maior desvelo e que deveriam continuar sua obra. De toda parte acorria gente para ouvi-lo e admirar seus milagres. Era reverenciado como a um Deus e reconhecido como o verdadeiro redentor, prometido pelos profetas. De tempo em tempo, afastava-se do seu grupo, deixando seus discípulos a sós, para testá-los, e regressava somente nos momentos de dificuldades. O alastramento do movimento desagradou os detentores do poder que, em vão, tentaram reprimi-lo. Krishna, como Cristo, não desejava propagar uma nova religião, mas simplesmente renovar a já existente, libertando-a de seus odiosos abusos e impurezas. Seus ensinamentos, como aqueles de Jesus, apresentavam-se sob a forma de aforismos e parábolas poéticas. Tudo que disse foi registrado no Bhagavad-Gita, que expõe, de maneira clara, a moralidade pura das elevadas concepções de Krishna. Ele exige de seus discípulos o amor ao próximo, a dignidade, o auxílio aos pobres, a prática de boas ações e a fé na infalível misericórdia do Criador. Manda pagar o mal com o bem, amar os inimigos e proíbe a vingança. Ele consola os fracos, condena a tirania e auxilia os desafortunados. Vive na pobreza e dedica-se aos desamparados e oprimidos. Não tem vínculos pessoais e defende a castidade. Como Jesus, Krishna leva uma vida de peregrino mendicante. Krishna também passa por transformações. O filho de Deus se manifesta a Arjuna, um de seus discípulos favoritos, sob muitas formas divinas, dizendo-lhe: "Quem fizer algo por minha causa, quem se devotar inteiramente a mim, quem se libertar do mundo da matéria e do ódio aos seres, virá a mim" (Bhagavad-Gita, décimo-primeiro canto). A lenda de Krishna, provavelmente, constitui a mais remota fonte ligada à figura mística de Jesus. Semelhanças com as lendas de Dionísio (aprox. séc. 7 a.C.) são igualmente surpreendentes. Não foram, porém, somente as grandes culturas da Grécia e de Roma que influenciaram o cristianismo. O antigo Irã, com suas figuras de salvadores e visões escatológicas e apocalípticas, também exerceu uma grande influência sobre a religião cristã. As figuras de maior destaque na religião persa foram Zaratustra e Mitras, homens-deuses que reformularam as rígidas tradições religiosas. Antes de Zaratustra, a concepção religiosa do Irã oriental era praticamente idêntica àquela da antiga índia.

VISHNU

Na religião hindu, Vishnu, também grafado Vixenu e Vixnu (em hindi विष्णु, transl. Vishnu, da raiz sânscrita vishva, "tudo"), é o deus responsável pela manutenção do universo. Juntamente com Xiva (Shiva) e Brama (Brahma), forma a trimúrti, a trindade sagrada do hinduísmo.
Nas duas representações mais comuns de Vishnu, ele aparece flutuando sobre ondas em cima das costas de um deus-serpente chamado Shesh Nag, ou flutuando sobre as ondas com seus quatro braços, cada mão segurando um de seus atributos divinos: uma concha, um disco de energia, um lótus e um cajado.
A concha se chama Pantchdjanya e possui todos os cinco elementos da criação: ar, fogo, água, terra e éter. Quando se assopra nessa concha, pode se ouvir o som que deu origem à todo o universo, o Om.
O disco ou roda de energia de Vishnu se chama Sudarshana e representa o controle dos seis sentimentos, servindo de arma para cortar a cabeça de qualquer demônio.
O lótus de Vishnu se chama Padma. É o símbolo da pureza e representa a verdade por trás da ilusão.
O cajado de Vishnu se chama Kaumodaki e representa a força da qual toda a força física e mental do universo são derivadas.
Segundo o hinduísmo, Vishnu vem ao mundo de diversas formas, chamadas avatares, que podem ser humanas, animais ou uma combinação dos dois. Todos esses avatares aparecem ao mundo, quando um grande mal ameaça a Terra; no total, existem dez avatares de vishnu, dos quais nove já se manifestaram no nosso mundo - sendo Rama e Críxena (Krishna) os mais conhecidos - e outro ainda está por vir. São eles:
Matsya, o Peixe;
Kurma, a Tartaruga;
Varaha, o Javali;
Narasimha, o Homem-Leão;
Vamana, o Anão;
Parashurama, o Homem com o machado;
Rama, o arqueiro;
Críxena (Krishna)
Buda, o Iluminado (Sidarta Gautama)
Kalki, o espadachim montado a cavalo que ainda está por vir.
A esposa de Vishnu é a deusa Lakshimi, deusa da prosperidade e sorte, que o acompanha, encarnado na terra, como esposa de seus avatares.
Seu veículo é Garuda, a águia gigante. Vishnu tem uma forte relação com a água (Nara), tanto que um de seus nomes é Narayana, aquele que flutua sobre as águas. Ele é representado ao lado de uma serpente com muitas cabeças, já mencionada anteriormente. Do seu umbigo, nasce uma flor de Lótus da qual emerge Brama, o deus criador do universo.
Há uma famosa prece hindu denominada Vishnusahastanama-stotra, ou "Os mil nomes de Vishnu". Os nomes derivam dos atributos do deus. Esses são alguns dos principais:
Acyutah (firme, permanente)
Ananta (sem fim, eterno, infinito)
Kesava (de cabelo abundante e belo)
Narayana (o que está sobre a água)
Madhava (relacionado à primavera)
Govinda (chefe dos pastores: um nome de Krishna)
Madhusudanah (aquele que destrói o demônio Madhu)
Trivikrama
Vamana (anão)
Aridhara
Hrsikeshah
Padmanabha (de cujo umbigo brota o lótus que contém Brama)
Damodara (um nome de Krishna)
Gopala (pastor: refere-se a Krishna)
Janardanah
Vāsudeva (filho de Vasudeva: refere-se a Krishna)
Anantasayana
Sriman
Srinivasa

CRISTO CÓSMICO

Cristo não é algo meramente histórico. As pessoas estão acostumadas a pensar em Cristo como um personagem histórico que existiu há dois mil anos. Tal conceito resulta equivocado porque o Cristo não é do tempo. O Cristo é atemporal. O Cristo desenvolve-se de instante em instante, de momento em momento. Ele em si mesmo é o Fogo Sagrado, o Fogo Cósmico Universal. Cristo é o fogo. Por isso, se vê sobre a cruz as quatro letras: INRI, as quais significam: IGNEA NATURA RENOVATUR INTEGRAM, cuja tradução é: O fogo renova incessantemente a natureza.
Se nós esfregamos a cabeça de um palito de fósforo, brota o fogo. Os cientistas dirão que o fogo é o resultado da combustão, porém isso é falso. O fogo que surge de dentro do palito de fósforo está contido no próprio palito, apenas que com a fricção o libertamos de sua prisão e ele aparece. Podemos dizer que o fogo em si mesmo não é o resultado da combustão e sim que a combustão é o resultado do fogo.
Convém entender que a nós o que mais interessa é o fogo do fogo, a chama da chama, a assinatura astral do fogo. A mão que movimenta o palito de fósforo para que dele surja a chama tem fogo, vida, senão não poderia se movimentar. Depois que o fósforo se apaga, a chama segue existindo na quarta vertical. Os cientistas não sabem que coisa é o fogo, utilizam-no, porém o desconhecem. Jorge Antonio Oro é nosso entrevistado.

- CONTINUAÇÃO CAPITULO I (A GÊNESE)


6. Desde que se admite a solicitude de Deus com as suas criaturas, por que não se admitiria que espíritos capazes, por sua energia e superioridade de seus conhecimentos, de fazerem a humanidade avançar, encarnem pela vontade de Deus,
com o fim de estimularem o progresso em um determinado sentido? Por que não se admitiria que eles recebam uma missão, como a que um embaixador recebe do seu governante? Este é o papel dos grandes gênios. O que eles vêm fazer, senão ensinar aos homens as verdades que esses ignoram — e ainda ignorariam por muito tempo — a fi m de lhes dar um ponto de apoio com a ajuda do qual eles poderão elevar-se mais rapidamente? Esses homens geniais, que aparecem através dos
séculos como estrelas brilhantes, deixando longo rastro luminoso sobre a humanidade, são missionários, ou, se quiserem, messias. Se eles não ensinassem aos homens nada além do que estes sabem, sua presença seria completamente inútil; as coisas novas que eles lhes ensinam, seja na esfera física, seja na filosófica, são revelações.Se Deus permite a vinda de reveladores para as verdades científicas, pode, com mais forte razão, fazer com que apareçam para as verdades morais, que constituem
elementos essenciais do progresso. Tais são os filósofos cujas idéias atravessaram os séculos. 

7. No sentido específico da fé religiosa, diz-se revelação, mais particularmente, das coisas espirituais que o homem não pode saber por ele mesmo, que não pode descobrir por intermédio de seus sentidos, e cujo conhecimento é dado por Deus ou pelos seus mensageiros, através da palavra direta, ou pela inspiração. Neste caso, a revelação é sempre feita a homens privilegiados, designados sob o nome de profetas ou messias, isto é, enviados, missionários, tendo a missão de transmiti-la aos homens. Considerada sob este ponto de vista, a revelação pressupõe a passividade absoluta; aceita-se sem verificação, sem exame e sem discussão.
8. Todas as religiões tiveram seus reveladores que, embora estivessem longe de conhecer toda a verdade, tinham sua razão de ser providencial, porque estavam adequados ao tempo e ao meio em que viviam, às peculiaridades dos povos aos quais falavam e aos quais eram relativamente superiores.
Apesar dos erros das suas doutrinas, eles não deixaram de comover os espíritos e, por isso mesmo, de semear as sementes do progresso, que mais tarde deviam se desenvolver, ou que se desenvolverão um dia à luz brilhante do Cristianismo.
É, pois, injusto que eles sejam amaldiçoados em nome da ortodoxia, porque dia virá em que todas essas crenças, tão diversas na forma, mas que repousam realmente sobre um mesmo princípio fundamental — Deus e a imortalidade da alma
— se fundirão numa grande e vasta unidade, assim que a razão houver triunfado sobre os preconceitos.
Infelizmente, as religiões têm sido, em todos os tempos, instrumentos de dominação.
O papel de profeta suscitou as ambições secundárias, e tem-se visto surgir uma multidão de pretensos reveladores ou messias que, valendo-se do prestígio desse nome, exploram a credulidade em proveito do seu orgulho, da sua cobiça ou da sua preguiça, achando mais cômodo viver à custa dos iludidos. A religião cristã
não pôde ficar livre desses parasitas. A esse respeito pedimos uma séria atenção para o capítulo XXI de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Haverá falsos cristos e falsos profetas.”
9. Há revelações diretas de Deus aos homens? Essa é uma questão que não ousaríamos responder nem afirmativa nem negativamente de uma forma absoluta.
O fato não é radicalmente impossível, porém, nada nos dá a certeza dele. Do que não se pode duvidar é que os espíritos mais próximos de Deus pela perfeição se imbuem do seu pensamento e podem transmiti-lo. Quanto aos reveladores encarnados,
segundo a ordem hierárquica a que pertencem e ao grau de seu saber pessoal, podem tirar dos seus próprios conhecimentos as instruções que ministram,ou recebê-las de espíritos mais elevados, até mesmo dos mensageiros diretos de Deus. Esses, falando em nome de Deus, foram, às vezes, confundidos com o próprio Deus.As comunicações desse gênero não têm nada de estranho para quem conhece os fenômenos espíritas e o modo pelo qual se estabelecem as relações entre encarnados e desencarnados. As instruções podem ser transmitidas por diversos meios: pela inspiração pura e simples, pela audição da palavra, pela visibilidade dos espíritos instrutores nas visões e aparições, quer em sonho, quer em estado de vigília, como se vê em muitos exemplos na Bíblia, no Evangelho e nos livros
sagrados de todos os povos.
Assim sendo, é rigorosamente exato dizer que a maior parte dos reveladores são médiuns inspirados, audientes ou videntes, de onde não se conclui que todos os médiuns sejam reveladores ou, ainda menos, os intermediários diretos da Divindade
ou dos seus mensageiros. - continua -

Capítulo I ( A GÊNESE)


Fundamentos da Revelação Espírita
1. Podemos considerar o Espiritismo como uma revelação? Nesse caso, qual seria o seu caráter? Em que se baseia a sua autenticidade? A quem e de que maneira ela foi feita? A Doutrina Espírita é uma revelação, no sentido litúrgico da palavra, quer dizer, ela é, em todos os pontos, o resultado de um ensino oculto vindo do Alto? É absoluta ou passível de modificações? Trazendo aos homens toda a verdade, a revelação não teria o efeito de impedi-los do uso das suas faculdades, uma vez que lhes pouparia o trabalho da pesquisa? Qual pode ser a autoridade do
ensino dos espíritos, se eles não são infalíveis e superiores à humanidade? Qual é a utilidade da moral que pregam, se essa moral não é outra senão a do Cristo, que já se conhece? Quais são as novas verdades que eles nos trazem? O homem tem necessidade de uma revelação e não pode encontrar em si mesmo e em sua consciência tudo o que é indispensável para conduzir-se na vida? Essas são as questões sobre as quais devemos nos deter.
2. Vamos definir inicialmente o sentido da palavra revelação.
Revelar:* cuja raiz é velum, véu, significa literalmente “levantar o véu” e, figuradamente, descobrir, tornar conhecida alguma coisa secreta ou desconhecida.
Essa palavra é normalmente empregada em relação a qualquer coisa ignorada que é divulgada, a qualquer ideia nova que nos põe a par do que não sabíamos.
Desse ponto de vista, todas as ciências que nos permitem conhecer as leis da natureza são revelações, podendo-se assim dizer que há, para nós, uma revelação incessante. A Astronomia revelou o mundo astral, que não conhecíamos; a Geologia, a formação da Terra; a Química, a lei das afinidades; a Fisiologia, as funções do organismo, etc. Copérnico, Galileu,Newton, Laplace e Lavoisier, entre outros, foram reveladores.
3. O caráter essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, conseqüentemente, não existe revelação. Toda revelação desmentida por fatos, não é revelação; se ela for atribuída a Deus, não podendo Deus mentir, nem se enganar, ela não pode emanar dele, é preciso considerá-la como o resultado de uma concepção humana.
4. Qual o papel do professor diante dos seus alunos, senão o de um revelador?
O professor ensina o que eles não sabem, o que não teriam tempo nem possibilidade de descobrir por si mesmos, porque a Ciência é obra coletiva dos séculos e de uma multidão de homens que trazem, cada um, a sua cota de observações da qual se aproveitam os que vêm depois deles. O ensino é, portanto, a revelação de certas verdades científicas ou morais, físicas ou metafísicas, feita por homens que as conhecem a outros que as ignoram, e que, sem isso, as teriam ignorado sempre.
5. O professor, porém, ensina apenas o que aprendeu: é um revelador de segunda ordem; o gênio ensina o que descobriu por si mesmo: é o revelador primitivo.Traz a luz que, pouco a pouco, se propaga. Que seria da humanidade sem a revelação dos gênios que aparecem de tempos em tempos?
Mas quem são esses gênios? Por que são gênios? De onde eles vêm? O que é feito deles? Observemos que, na sua maioria, trazem, ao nascer, faculdades transcendentes e conhecimentos inatos, que desenvolvem com pouco esforço.
Pertencem realmente à humanidade, pois nascem, vivem e morrem como nós.
Portanto, onde adquiriram esses conhecimentos que não puderam aprender durante a vida? Pode-se dizer, como os materialistas, que o acaso lhes deu a matéria cerebral em maior quantidade e de melhor qualidade? Nesse caso, não teriam mais mérito que um legume maior e mais saboroso do que outro.
Pode-se dizer, como certos espiritualistas, que Deus lhes deu uma alma mais favorecida que a do comum dos homens? Esta suposição é igualmente ilógica, uma vez que acusaria Deus de parcialidade. A única solução racional desse problema está na preexistência da alma e na pluralidade das existências. O gênio é um espírito que viveu mais tempo e que, por conseguinte, adquiriu maiores conhecimentos e progrediu mais do que os que estão menos adiantados. Encarnando, traz o que sabe, e como sabe muito mais do que os outros, sem ter necessidade de aprender, é chamado de gênio. Mas o seu saber é o fruto de um trabalho anterior e não o resultado de um privilégio. Antes de renascer, portanto, era um espírito adiantado; ele reencarna, seja para fazer com que os outros aproveitem o que sabe, seja para alcançar mais conhecimentos.
Os homens, sem sombra de dúvida, progridem por si mesmos e pelos esforços da sua inteligência; mas, entregues às suas próprias forças, esse progresso é muito lento, se não forem auxiliados por outros mais adiantados, como o estudante o é por seus professores. Todos os povos tiveram seus homens geniais, que surgiram em diversas épocas, para dar-lhes impulso e tirá-los da inércia. - continua -

INTRODUÇÃO - A GÊNESE


Esta nova obra é mais um passo adiante nas conseqüências e aplicações do Espiritismo. Como seu título indica, ela tem por objetivo o estudo de três pontos diferentemente interpretados e comentados até o presente: a Gênese, os milagres e as predições, nas suas relações com as novas leis que emanam da observação dos fenômenos espíritas.
Dois elementos ou, se quiserem, duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material. Da ação simultânea desses dois princípios nascem os fenômenos especiais que são naturalmente inexplicáveis, se não considerarmos um dos dois, exatamente como a formação da água seria inexplicável se deixássemos de levar em conta um de seus dois elementos constituintes: o oxigênio e o hidrogênio.
O Espiritismo, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a solução de uma infinidade de fenômenos incompreendidos e considerados, por isso mesmo, como inadmissíveis por uma certa classe de pensadores. Esses fatos existem em grande quantidade nas Escrituras, e é pelo desconhecimento da lei que os rege que os comentadores dos dois campos opostos, girando incessantemente no mesmo círculo de ideias, uns desconsiderando os dados positivos da Ciência, outros, os do princípio espiritual, não puderam chegar a uma solução racional.
Essa solução está na ação recíproca do espírito e da matéria. Ela retira, é verdade, da maioria desses fatos, a característica sobrenatural; porém, o que vale mais: admiti-los como resultantes das leis da natureza ou rejeitá-los completamente?
Sua rejeição absoluta leva consigo a própria base da instituição, enquanto que a sua admissão nesse título, não suprimindo mais que os acessórios, deixa essa base intacta. Eis por que o Espiritismo conduz tantas pessoas para a crença de verdades que, até pouco tempo atrás, consideravam como utopias.
Portanto, esta obra é, como dissemos, um complemento das aplicações do Espiritismo, sob um ponto de vista especial. Sua documentação estava pronta, ou pelo menos elaborada, há muito tempo, mas o momento de publicá-la ainda não havia chegado. Era preciso, inicialmente, que as idéias que deviam constituir a sua base chegassem à maturidade, e, além disso, levar em consideração a oportunidade das circunstâncias. O Espiritismo não tem nem mistérios nem teorias secretas; nele tudo deve ser dito às claras, a fim de que cada um possa julgá-lo com conhecimento de causa, mas cada coisa deve vir a seu tempo, para vir seguramente. Uma solução dada precipitadamente, antes da elucidação completa da questão, seria uma causa mais de atraso que de adiantamento. A importância da causa, na questão que aqui se trata, nos impunha o dever de evitar toda precipitação.
Pareceu-nos necessário, antes de entrar no assunto, definir claramente o papel respectivo dos espíritos e dos homens na edificação da nossa Doutrina. Essas considerações preliminares, que afastam dela toda ideia de misticismo, constituem o objetivo do primeiro capítulo, intitulado Fundamentos da Revelação Espírita; pedimos uma atenção rigorosa para esse ponto, porque é aí que se encontra, de algum modo, o nó da questão.
Não obstante a parte que toca à atividade humana na elaboração dessa Doutrina, a sua iniciativa pertence aos espíritos, ela, porém, não é formada da opinião pessoal de cada um deles; ela não é, e nem pode ser, mais que o resultado do seu ensino coletivo e concordante. Somente nessa condição, ela pode se dizer a Doutrina dos Espíritos, de outra forma seria apenas a doutrina de um espírito, e só teria o valor de uma opinião pessoal.
Generalidade e concordância no ensino, tal é a característica essencial da Doutrina, a própria condição de sua existência; daí resulta que todo princípio que não recebeu a consagração do controle e da generalidade não pode ser considerado como parte integrante dessa mesma Doutrina, mas como uma simples opinião isolada, da qual o Espiritismo não pode assumir a responsabilidade.
É essa coletividade concordante da opinião dos espíritos, passada, além disso, pelo critério da lógica, que faz a força da Doutrina Espírita e lhe assegura a perpetuidade.
Para que ela mudasse, seria preciso que a universalidade dos espíritos mudasse de opinião, e que viessem um dia dizer o contrário do que disseram. Visto que a Doutrina tem a sua fonte no ensino dos espíritos, para que ela desaparecesse, seria necessário que os espíritos deixassem de existir. É isso também que a fará sempre prevalecer sobre as teorias pessoais que não têm, conforme ela, suas raízes em toda a parte.
O Livro dos Espíritos só viu seu crédito se consolidar porque é a expressão de um pensamento coletivo, geral. No mês de abril de 1867, viu-se completar seu primeiro decênio; nesse intervalo, os princípios fundamentais dos quais se formaram suas bases foram sucessivamente acabados e desenvolvidos, em conseqüência do ensino progressivo dos espíritos, mas nenhum recebeu um desmentido da experiência, todos, sem exceção, ficaram de pé, mais fortes do que nunca, enquanto que, de todas as idéias contraditórias que tentaram lhe opor, nenhuma prevaleceu, precisamente porque, de todas as partes, o contrário era ensinado. Este é um resultado característico que podemos proclamar sem vaidade, visto que dele nunca nos atribuímos o mérito.
Os mesmos escrúpulos presidiram a redação das nossas outras obras, nós pudemos, verdadeiramente, denominá-las segundo o Espiritismo, porque estávamos certos da sua conformidade com o ensino geral dos espíritos. O mesmo ocorre com esta, que podemos, por razões idênticas, dar como complemento das precedentes, com exceção, todavia, de algumas teorias ainda hipotéticas, que tivemos o cuidado de indicar como tais, e que devem ser consideradas como opiniões pessoais, até que tenham sido confirmadas ou contestadas, a fim de não fazer pesar a responsabilidade delas sobre a Doutrina.
Não obstante, os leitores assíduos da Revista * puderam ali observar, na forma de esboço, a maioria das idéias que estão desenvolvidas nesta última obra, como fizemos com as precedentes. A Revista é, freqüentemente, para nós, um campo de experiência destinado a sondar a opinião dos homens e dos espíritos sobre certos princípios, antes de admiti-los como partes constituintes da Doutrina. Allan Kardec ( A Gênese)

domingo, 30 de outubro de 2016

CRISTIANISMO X PAULINISMO

Realmente, o que chamamos hoje de cristianismo tem pouco a ver com os preceitos de Jesus e as idéias que ele desejava difundir. O que temos atualmente seria melhor designado pelo nome de "paulinismo". Muitos princípios doutrinários não se conformam absolutamente com a mensagem de Cristo. São, na verdade, antes de tudo, um legado de Paulo, que tinha um modo de pensar radicalmente oposto àquele de Jesus. O cristianismo que conhecemos desenvolveu-se a partir do momento em que o "paulinismo" foi aceito como religião oficial. O teólogo protestante Manfred Mezger cita, a respeito, Emil Brunner: "Para Emil Brunner a Igreja é um grande mal-entendido. De um testemunho construiu-se uma doutrina; da livre comunhão, um corpo jurídico; da livre associação, uma máquina hierárquica. Pode-se afirmar que, em cada um de seus elementos e na sua totalidade, tornou-se, exatamente, o oposto do que se esperava". Por isso é válido questionar as bases que alicerçam a legitimidade das instituições vigentes. Uma pessoa que frequenta uma igreja cristã não pode deixar de assumir uma postura crítica, frente à proliferação de obscuros artigos de fé, e dos deveres e obrigações que a envolvem. Sem termos tido outros conhecimentos, e por termos crescido sob a única e exclusiva influência do estabelecido, somos levados a acreditar que, por subsistirem há tanto tempo, devem, necessariamente, ser verdade. Um homem surgiu no horizonte sombrio, trazendo uma mensagem cheia de esperança, de amor e bondade, e o que a humanidade fez com isso? Transformou tudo em papel, verbosidade, negócio e poder! Será que Jesus quis que tudo isso fosse feito em seu nome? Dois mil anos transcorreram desde que o audacioso Jesus tentou, pela primeira vez na história da humanidade, libertar os homens do jugo oficial das igrejas, caracterizado por burocracia, leis e figuras eminentes, por inflexibilidade, conflito em matéria de exegese, por hierarquia e sua reivindicação de autoridade absoluta, pelo culto, idolatria e sectarismo. Jesus queria uma comunicação direta entre Deus e a humanidade e nunca tencionou patrocinar ambiciosas carreiras eclesiásticas. Hoje já não ouvimos diretamente a voz de Jesus em sua forma natural. Ela é mediada por especialistas privilegiados e pela arbitrariedade de um corpo profissional. Jesus foi gerenciado, mercadejado, codificado e virou livro. Onde a fé viva e verdadeira foi substituída por crenças mesquinhas e intolerantes, baseadas num racionalismo clerical, os mandamentos de Jesus, de tolerância e amor ao próximo, desapareceram, assomando, em seu lugar, o dogmatismo e o fanatismo. A luta pela supremacia de uma "fé verdadeira" exclusiva deixou um rasto de revezes, violência e sangue no caminho percorrido pelas igrejas. Luta sem tréguas, desde o tempo dos apóstolos até nossos dias, e que ainda constitui o maior empecilho à reconciliação entre os vários credos cristãos. O teólogo protestante Heinz Zahrnt escreveu: "Fiquei profundamente traumatizado em minha carreira de teólogo. Sinto-me aviltado, humilhado, insultado, desonrado, mas não por ateus, que negam a existência de Deus, nem por gente zombeteira ou incrédula, que, embora indiferente religiosamente, conserva no coração um sentimento de humanidade, mas sim por dogmatistas. Por eles e por seus pastores que seguem apenas a letra dos ensinamentos que consideram ser o único caminho para chegar a Deus. Fui ferido no ponto mais central, no ponto que, apesar de uma profunda melancolia, tem me mantido vivo: minha crença em Deus..." A confiança no valor das experiências religiosas tende a decrescer com o desenvolvimento das capacidades intelectuais. A crença no racional e no provável ocupou o lugar reservado à fé luminosa e profunda como meio de captar a realidade. No processo de "amadurecimento" da sociedade moderna, o sentimento religioso é relegado ao âmbito do irracional, do improvável e, conseqüentemente, do irreal. Somente o pensamento lógico e a ação parecem determinar a realidade. À medida que cresce o nível educacional, as categorias transcendentais decrescem, deixando de ser objeto de experiências profundas. A principal causa desse equívoco é uma má interpretação do conceito de Deus. O divino não se coloca a uma distância utópica, mas dentro de cada um de nós, inspirando uma vida em harmonia com o Infinito e o reconhecimento de que nossa curta existência não passa de um momento da eternidade, da qual faz parte.

JESUS

A grande maioria dos cristãos acredita que a grandeza incomparável do cristianismo reside na verdade destes ensinamentos; porém, quando examinados mais de perto, revelam-se bem distantes da verdadeira doutrina ensinada por Jesus. Não encontramos nos evangelhos o menor vestígio da assim chamada doutrina cristã da salvação; nem mesmo no Sermão da Montanha — a quintessência da mensagem de Jesus — ou no Pai Nosso ou nas parábolas! Se fosse realmente tão importante, Jesus deixaria algum indício de que sua morte na cruz devia ser entendida como o meio de salvação da humanidade. Desconhecer esta postura de Jesus é ir contra sua ética vivencial.
Jesus não teorizou sobre sua missão e sobre sua mensagem, a fim de servirem de substrato a curiosidades acadêmicas. Ele viveu a doutrina que pregou, uma doutrina de tolerância, amor ao próximo, doação e partilha, a capacidade de carregar nos próprios ombros o peso dos outros; em outras palavras, um amor e uma ação ilimitados para com o ser humano. Este o caminho de salvação que nos mostrou!
Pessoalmente, considero Jesus o exemplo ideal de um Bodhisattva, com todos os predicados de um Buda, em busca da plena realização, da Iluminação e plenamente consciente da realidade divina; livre de laços individuais e completamente destituído de ambição egoísta. Via "o mundo real" como a raiz de todo o sofrimento e pregava aos seus discípulos a renúncia da vida e dos bens terrenos.
Dentro dos moldes deste ideal budista, no seio dos incontáveis ciclos de reencarnação, o que importa é aperfeiçoar constantemente o Carma através de ações corretas, para que, finalmente, se possa atingir o plano divino.
Quando abordei o tema da "Reencarnação no Novo Testamento" tentei demonstrar que Jesus — e depois dele todas as comunidades cristãs primitivas — aceitavam sem problemas a ideia de metempsicose, tal como exposta pelas crenças orientais da reencarnação. Aqui é interessante esclarecer como foi que o princípio da reencarnação se converteu em um
tremendo erro histórico em algum momento do século 4.

A Reencarnação no Novo Testamento


Em diversas passagens do Novo Testamento encontramos claras
referencias à reencarnação. Essas passagens, porém, são raramente comentadas e, de um modo geral, mal interpretadas. A crença na reencarnação constituía um dos dogmas das comunidades cristãs primitivas, mas depois foi considerada herética e banida da teologia cristã no Segundo Concílio de Constantinopla em 553 d.C. O Antigo Testamento
traz trechos que evidenciam a fé na metempsicose. Friedrich Weinreb cita, no livro de Jonas, um exemplo de reencarnação punitiva, sob forma animal, e a reencarnação de Nimrod. Weinreb explica o conceito judeu da alma divina "Neshamá" como sendo o espírito divino que existe, igualmente perfeito, em todos os homens e do qual emerge, de tempo em
tempo, um ou outro traço característico'.
A famosa enciclopédia alemã Konversations lexikon, de Meyer, *
datada de 1907, continha a seguinte passagem sobre o tema "A
Reencarnação no Talmud Judeu": "Os judeus, no tempo de Cristo,
acreditavam na transmigração da alma. Os talmudistas pensavam que Deus havia criado um número limitado de almas judias, que renasceriam enquanto houvesse judeus, com ocasionais reencarnações punitivas, sob a forma animal. Todas apresentar-se-iam purificadas no dia da ressurreição e viveriam no corpo dos justos na terra prometida". (Vol. 18, pág. 263).
De fato, o Antigo Testamento termina com a profecia da reencarnação de Elias (como tinha sido pressagiado por volta de 870 a.C): "Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o Dia do Senhor, grande e terrível" (Malaquias, 3,23).
Alguns séculos mais tarde, um mensageiro anuncia a Zacarias o
nascimento de um filho: "Disse-lhe porém o anjo: 'Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração; e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, a quem porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho nem bebida embriagante; desde o ventre de sua mãe, ficará pleno do
Espírito Santo e converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. Ele caminhará à sua frente com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, para preparar ao Senhor um povo bem disposto' ". (Lucas 1,13-17).
Jesus, mais tarde, respondeu expressamente aos discípulos que
perguntavam se João Batista era Elias: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não surgiu nenhum maior que João Batista, e no entanto o menor no reino dos céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus sofre violência, e violentos se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias, que deve vir" (Mateus 11,10-14).
Nunca soubemos em que lugar João Batista passou sua juventude. Só contamos com a ligeira referência do evangelho de São Lucas: "O menino crescia e se fortalecia em espírito e vivia nos desertos, até o dia em que se manifestou a Israel" (Lucas, 1,80).
E possível que João tenha sido reconhecido como a encarnação de um espírito altamente evoluído e que, portanto, tenha sido educado na India.
Se é este o caso, a frase "preparando o caminho do Senhor" poderia ter uma outra interpretação além daquela figurativa.
Em outra passagem do Novo Testamento, Jesus perguntou a seus discípulos: " 'Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?' E eles responderam: 'Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas!' Então lhes perguntou: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' Simão Pedro, respondendo, disse: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo' " (Mateus 16,13-16). E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: " 'Por que razão os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro?' E Jesus, respondendo, disse: 'Certamente terá de vir para restaurar tudo. Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do homem irá sofrer da parte deles' " (Mateus 17,10-13).
Então, de acordo com o evangelho, o próprio Jesus confirmou que a alma de Elias reencarnara em João. Elias tentara fazer do monoteísmo a religião oficial e ensinou que Deus não se manifesta sob a forma de violência e destruição, mas como um "suave murmúrio", no labor silencioso, na indulgência. Elias era um típico monge peregrino, coberto de farrapos, alimentando-se milagrosamente e fazendo milagres, como a multiplicação da comida e a ressurreição dos mortos. Tinha autorização para ungir outros, como um enviado, e atraiu um grande número de adeptos.
Finalmente desapareceu de uma forma misteriosa (ascensão) e, durante três dias, foi procurado em vão por cinqüenta homens.
Os seguidores de Jesus sabiam que ele era uma encarnação, mas incertos sobre quem teria sido na vida anterior, começaram a refletir. Jesus nunca os esclareceu diretamente sobre isso, mas confirmou o ponto de vista de seus discípulos, encorajando-os em sua busca: "Quem dizeis que eu sou?"
No trecho em que Jesus cura o cego de nascença, os discípulos perguntam: "Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?" A ideia de que alguém pudesse ter nascido cego por causa de um pecado anterior só poderia partir da premissa de uma vida anterior e de um subseqüente renascimento. A questão também sugere, implicitamente, o sublime conceito de Carma, pelo qual os atos da vida anterior de uma pessoa determinam seu novo destino.
No terceiro capítulo do evangelho de São João, surge, clara, a noção da reencarnação. Quando Jesus encontrou o chefe judeu chamado Nicodemos, dirigiu-lhe as seguintes palavras: "Em verdade, em verdade, te digo, quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus".
Nicodemos, que nada sabia sobre o renascimento, pergunta-lhe atônito:
"Como pode um homem nascer, sendo já velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, te digo, quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus" (João 3,3-5). Esta resposta sugere, naturalmente, o nascimento final na vida espiritual pura, após muitas passagens terrenas.
Em 1900, o americano James Morgan Pryse fez uma lista dos trechos do Novo Testamento, em que se encontra implícita a doutrina da reencarnação. De acordo com Pryse, os ensinamentos de Jesus reafirmavam a sabedoria dos antigos filósofos e os princípios fundamentais do mundo antigo.
O reconhecimento de que o princípio espiritual da vida humana e o princípio espiritual do universo (microcosmo e macrocosmo) são essencialmente os mesmos, significa que todos os elementos, forças e processos são inerentes no homem, tanto num sentido material como divino. Esta compreensão do mundo implica a harmonia espiritual de todos os seres e a unidade absoluta entre a Natureza e Deus. Enfatiza a presença contínua de Deus no tempo e no espaço em cada partícula do universo. Em seu aspecto físico, o homem é uma manifestação do espaço indiferenciado, ilimitado e eterno, da Unidade divina que se materializou através das idades, em todas as várias formas de vida. O primeiro e verdadeiro Ser é, foi e será perpetuamente imutável. Em contraposição, a natureza e o universo estão em contínua transformação — em estado de devir.
Assim, a alma ou espírito do homem é imperecível, estando sujeito à seqüência de causa e efeito, em suas contínuas encarnações. Para se libertar do ciclo dos renascimentos e, finalmente, retornar à condição divina, o homem precisa ter consciência desse fato e transcender o campo material em que atua. Após uma série de reencarnações, o Carma da existência terrena é superado e, em estado de pureza absoluta, o ser intrínseco e espiritual se funde na Unidade eterna. E esta, em síntese, a doutrina original da reencarnação.
E possível transcender os estreitos limites da existência física ainda na
terra, e compreender a própria natureza divina através do estudo, da percepção, da profunda meditação, da disciplina e da renúncia.
A forma de atingir esse objetivo vem exposta no evangelho de Mateus:
"Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mateus 5,48). Porém, o caminho da perfeição é feito de muitas reencarnações, através das quais o homem evolui, até, finalmente, despertar para a Verdade do Filho de Deus e viver como Jesus viveu. "Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim. Crede-o, ao menos, por causa dessas obras. Em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará até
maiores do que elas..." (João 14,11-12).

SABEDORIA

Os SÁBIOS não se demoram nas regiões prazenteiras dos sentidos.

Os SÁBIOS não dão atenção às vozes encantadoras da ilusão.
 Busca por aquele que te fará nascer  no Salão da Sabedoria, o Salão que está mais além. Nele todas as sombras são desconhecidas, e a luz da verdade brilha com uma glória que jamais perde sua força.

Aquilo que nunca foi criado está presente em ti, Discípulo, assim como está presente naquele Salão. Se queres alcançá-lo e unir os dois, deves deixar de lado as tuas escuras vestimentas de ilusão. Endurece a voz da carne, não deixes que imagem alguma dos sentidos se ponha entre a sua luz e a tua, de modo que assim os dois possam tornar-se um. E, tendo compreendido a tua própria Ajnyana, foge do Salão do Aprendizado. Este Salão é perigoso em sua beleza pérfida. Ele só é necessário para a tua provação. Cuida, Lanu, para não ser fascinado e capturado por esta luz enganosa.
 Esta luz brilha desde a joia do Grande Enganador (Mara).  Ela domina os sentidos, cega a mente, e deixa o imprudente abandonado e destruído.  

A mariposa atraída para a luz deslumbrante do teu lampião noturno está condenada a perecer no óleo viscoso. A alma imprudente que deixa de lutar contra o demônio da imitação e da ilusão, retornará à terra como escrava de Mara.

Observa as Hostes de Almas. Olha como elas pairam sobre o mar tempestuoso da vida humana, e como, exaustas, sangrando, com as asas quebradas, caem uma depois da outra nas ondas crescentes. Levadas por ventos terríveis, perseguidas pelo temporal, elas vão à deriva até os remoinhos, e desaparecem dentro do primeiro grande vórtice.

Se queres alcançar o Vale da Bem-Aventurança através do Salão da Sabedoria, Discípulo, fecha com força os teus sentidos contra a terrível heresia da Separatividade  que te afasta do resto.
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 O Iniciado – que transmite Conhecimento ao discípulo, levando-o até o seu nascimento espiritual, ou segundo nascimento – é chamado de Pai, de Guru ou de Mestre.
 Ajnyana é ignorância ou não-sabedoria, o oposto de Conhecimento, Jnyana.
 Mara, nas religiões exotéricas, é um demônio, um Asura, mas em filosofia esotérica é a tentação, personificada através dos vícios dos homens. Traduzida literalmente, a palavra significa “aquilo que mata” a Alma.  Mara é representado como um Rei (o Rei dos Maras) com uma coroa em que se destaca uma joia de tamanho brilho que torna cegos aqueles que olham para ela.  Este brilho se refere, naturalmente, ao fascínio que o vício exerce sobre certas naturezas.



SALÃO DA IGNORÂNCIA

Se queres aprender os nomes deles, então escuta com toda atenção e lembra. 
O nome do primeiro Salão é IGNORÂNCIA − Avidya. 
Este é o Salão em que tu viste a luz, em que tu vives e morrerás.
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O mundo fenomênico dos sentidos e da consciência apenas terrestre.

SALÃO DO APRENDIZADO

O nome do segundo Salão é Salão do APRENDIZADO. Nele a tua alma encontrará as flores da vida, mas sob cada flor haverá uma serpente enroscada.
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O Salão do Aprendizado Probatório. 
A região astral, o mundo psíquico das percepções super-sensoriais e das visões enganosas − o mundo dos médiuns. Esta é a grande “Serpente Astral” de Eliphas Levi. Nenhuma flor colhida nestas regiões jamais foi levada para a terra sem uma serpente enroscada em torno do seu talo. Este é o mundo da Grande Ilusão.

SALÃO DA SABEDORIA

O nome do terceiro Salão é SABEDORIA, além do qual se estendem as águas sem praia de AKSHARA, a indestrutível Fonte da Onisciência.
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A região da completa Consciência Espiritual, além da qual não há mais perigo para aquele que chegou a ela.
Se queres atravessar o primeiro Salão em segurança, não deixes que a tua mente confunda o fogo da luxúria, que arde ali, com a luz do sol da vida.
Se queres atravessar o segundo Salão em segurança, não pares para experimentar a fragrância fascinante das suas flores. Se queres libertar-te das correntes cármicas, não procures o Guru nestas regiões mayávicas.
Os SÁBIOS não se demoram nas regiões prazenteiras dos sentidos.
Os SÁBIOS não dão atenção às vozes encantadoras da ilusão.
Busca por aquele que te fará nascer no Salão da Sabedoria, o Salão que está mais além. Nele todas as sombras são desconhecidas, e a luz da verdade brilha com uma glória que jamais perde sua força.
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A região da completa Consciência Espiritual, além da qual não há mais perigo para aquele que chegou a ela.

SALÃO DA SABEDORIA

Busca por aquele que te fará nascer no Salão da Sabedoria, o Salão que está mais além. Nele todas as sombras são desconhecidas, e a luz da verdade brilha com uma glória que jamais perde sua força. 
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O Iniciado – que transmite Conhecimento ao discípulo, levando-o até o seu nascimento espiritual, ou segundo nascimento – é chamado de Pai, de Guru ou de Mestre.

LIÇÃO 302


Onde havia escuridão eu contemplo a luz.
Pai, os nossos olhos enfim estão se abrindo. O Teu mundo santo nos espera, enquanto a nossa vista nos é enfim restituída e podemos ver. Pensávamos que sofríamos. Mas havíamos esquecido o Filho que criaste. Agora vemos que a escuridão é a nossa própria imaginação e a luz existe para que olhemos para ela. A visão de Cristo transforma a escuridão em luz, pois quando vem o amor, o medo tem que desaparecer. Que hoje eu perdoe o Teu mundo santo para que possa olhar para a sua santidade e compreender que apenas reflete a minha.
O nosso Amor nos espera quando vamos a Ele e anda ao nosso lado, mostrando-nos o caminho. Ele não falha em nada. Ele é o fim que buscamos e o meio pelo qual vamos a Ele.

LIÇÃO 303


Hoje o Cristo santo nasceu em mim.
Vigiem comigo, anjos, vigiem comigo hoje. Que todos os Pensamentos santos de Deus me cerquem e permaneçam comigo em quietude, enquanto nasce o Filho do Céu. Que os sons terrenos se calem e as cenas que estou habituado a ver desapareçam. Que Cristo seja bem-vindo onde Ele está em casa. E que Ele ouça os sons que compreende só veja as visões que mostram o Amor do Seu Pai. Que Ele não seja mais um estranho aqui, pois hoje Ele nasceu em mim novamente.
Pai, o Teu Filho é bem-vindo. Ele veio salvar-me do ser maligno que fiz. Ele é o Ser Que me deste. Ele é apenas o que eu realmente sou na verdade. Ele é o Filho que Tu amas sobre todas as coisas. Ele é o meu Ser tal como me criaste. Não é Cristo Que pode ser crucificado. A salvo em Teu Braços, que eu receba o Teu Filho.
Quando ele tiver cessado de escutar os muitos, ele poderá discernir o UM − o som interno que mata os sons externos.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

VIAGEM INTERNA


PROJEÇÃO HOLOGRÁFICA

Neste artigo vamos demonstrar como o seu corpo é uma projeção holográfica de sua consciência e como você influencia diretamente o holograma e, portanto, tem controle total sobre a saúde física do seu corpo. Nós também vamos analisar especificamente o mecanismo exato por trás deste princípio, não se preocupe, eu vou fornecer evidência científica para deixar a sua mente racional à vontade. Mas primeiro… Como isso é mesmo possível ?

O Pensamento Humano Determina a Realidade

Um dos princípios fundamentais da física quântica é que nossos pensamentos determinam a realidade. No início de 1900 isto foi provado sem sombra de dúvida com uma experiência chamada de dupla fenda. Eles descobriram que o fator determinante do comportamento da energia (“partículas”) no nível quântico é a consciência do observador.
Por exemplo: os elétrons nas mesmas condições, às vezes agem como partículas e em outras vezes agem como ondas (energia sem forma), porque são completamente dependentes do que o observador espera que aconteça. Seja o que for que o observador acredita que ocorrerá é que o campo quântico fará.
O mundo quântico está esperando por nós para tomar uma decisão para que ele saiba como se comportar. É por isso que os físicos quânticos têm dificuldades em lidar com os experimentos para explicar e definir o mundo quântico. Somos verdadeiramente em todos os sentidos da palavra, mestres criadores, porque nós decidimos o que vai se manifestar no campo dentre todas as possibilidades e formas.
O detalhe é que o nível quântico da realidade não é um aspecto local e insignificante de criação. Ele é tudo o que nos rodeia e é o nível mais fundamental da criação, além do próprio campo unificado. O campo de energia humana está interagindo e influenciando o campo quântico em torno de nós em todos os momentos e a energia de nossas crenças e intenções são infundidas no nosso campo de energia, porque elas estão definidas pela energia dos nossos pensamentos e emoções.
Assim, a fusão de nossos pensamentos, emoções, crenças e intenções, que vou chamar de “campo de energia humana” para simplificar, está perpetuamente informando a realidade quântica dentro de nós e ao nosso redor, a cada momento de nossa existência.
E porque a realidade está piscando dentro e fora da existência (hipoteticamente em tempo de Planck, 1044 vezes por segundo como explicado pelo biofísico William Brown do Projeto Ressonância), cada vez que a nossa realidade oscila entre a forma e o estado de pura energia no campo, a nossa consciência que é constante e não pisca dentro e fora da existência informa o campo que então reaparece, semelhante à quando o átomo assume a forma física como esperado pelo observador na experiência da dupla fenda.
Por isso, cada vez que oscilamos na ausência da forma, nós temos o controle completo e total responsabilidade sobre o que nós escolhemos com a nossa atenção para manifestar fora do campo no momento seguinte e o nosso poder e capacidade de fazer isso depende inteiramente do que nós acreditamos e como estamos nos sentindo.
Um exemplo extremo disto é o caso de Vittorio Micheli. Em 1962 ele foi admitido no hospital militar de Verona, Itália, com um grande tumor em seu quadril esquerdo. Os médicos sabiam que não poderiam ajudá-lo, o seu caso foi considerado impossível e ele foi enviado para casa sem tratamento, após cerca de 10 meses o osso do seu quadril esquerdo ficou completamente desintegrado. Como último recurso ele viajou para Lourdes, França e banhou-se lá na primavera (que é um local cristão sagrado famoso por produzir milagres).
Imediatamente ele começou a se sentir melhor, recuperou o apetite e banhou-se mais algumas vezes antes de sair. Depois de alguns meses em casa ele sentiu uma forte sensação de bem-estar de tal forma que pediu aos médicos para fazer um novo raios-X, eles ficaram surpresos ao descobrir que seu tumor tinha encolhido. Ao longo dos próximos meses eles mantiveram uma estreita vigilância sobre ele e seus raios-X mostraram que seu tumor continuou encolhendo, até que sumiu. Quando o tumor desapareceu, seu quadril começou a se regenerar.
Depois de dois meses ele estava andando novamente e alguns anos mais tarde o osso do seu quadril tinha se regenerado completamente. A comissão médica do vaticano em seu relatório oficial descreveu:
“Aconteceu uma extraordinária reconstrução do osso ilíaco e da cavidade. Os raios-X feitos em 1964, 1965, 1968 e 1969 confirmam categoricamente sem dúvida que uma reconstituição óssea imprevista e até mesmo inexplicável aconteceu, de um tipo desconhecido nos anais da medicina mundial. “(O Universo Holográfico, p.107 )”

Normalmente isto seria considerado milagroso e na verdade realmente é. Mas eu entendo este milagre no sentido do verdadeiro poder da intenção humana e da crença demonstrada. Além disso, esta é uma poderosa evidência que sugere a existência de uma estrutura energética que alinha nossos “corpos materiais”, porque esta é a única explicação lógica de como o osso do quadril de Vittorio Michelli sabia exatamente de que forma deveria crescer seguindo algum tipo de modelo energético que estava instruindo o seu crescimento e foi claramente o que a comissão médica do vaticano disse: “desconhecido nos anais da medicina mundial.”
Na medicina talvez isto fosse desconhecido, mas o mesmo não pode ser dito sobre a física. No nível atômico os átomos se ligam uns aos outros para formar moléculas que têm estruturas geométricas específicas demonstrando a existência de um modelo energético o qual eles estão aderindo e que dita as formas como eles se organizarem.
Se o nosso corpo é uma projeção da consciência, então a nossa consciência cria um modelo energético o qual nossos átomos e moléculas se alinham para criar o nosso corpo. Existem evidências altamente sugestivas da existência deste modelo energético ou o “campo de energia humana”, recentes pesquisas sobre o DNA provam que ele transmite, recebe, e, portanto, lê energia diretamente do campo.
O caso de Michelli é um exemplo perfeito da capacidade humana de reorganizar esta estrutura através da nossa energia e intenções, manifestando assim o que desejamos diretamente fora do campo com resultados verdadeiramente milagrosos. O fato de que ele passou a se sentir melhor e acreditou profundamente que estava se curando foi a sugestão chave para a sua cura.
Alguns podem querer ficar com a crença de que Deus curou este homem, e eu concordo. Mas provavelmente podemos discordar sobre a natureza deste Deus. Eu afirmo que você é deus, assim como todos nós somos, porque a força que chamamos de Deus é a energia e consciência infinita por trás da criação e, portanto, toca em nós como uma consciência pura, ou seja, na ausência de pensamentos através da meditação, então nos abrimos para a infinitude da nossa própria consciência porque inseparavelmente fazemos parte da infinita consciência criativa. Nós somos Ele e Ele é nós.
E quando nos abrimos para esta energia, nós nos permitimos ser inundados por uma “poderosa sensação de bem-estar”, sabendo que temos o poder surpreendente de criar a realidade e afetar diretamente a nossa biologia.

O Corpo Como Uma Projeção da Consciência

É realmente importante você internalizar a compreensão de que a realidade está piscando dentro e fora da forma. Isto é absolutamente crucial para a compreensão da nossa capacidade de curar, porque se metade do tempo estamos sem forma, então quem somos nós realmente ? Porque obviamente o nosso corpo e o mundo material é ilusório em um certo grau e qual é o projeto que está guiando o rearranjo do nosso corpo cada vez que literalmente nos rematerializamos ?
A resposta a ambas as perguntas é a consciência. Nosso corpo é uma projeção holográfica da nossa consciência, e ele é a soma total de nossas crenças sobre nós mesmos. Se nós podemos mudar nossas crenças sobre nós mesmos, podemos mudar a energia que define o nosso “campo de energia humana”, então podemos mudar o modelo energético com o qual o nosso corpo se alinha quando nos materializando de volta a forma 1044 vezes por segundo.
A estrutura exata e a dinâmica da nossa consciência é que nos torna uma expressão fractal e holográfica desta infinita consciência de Deus, fazendo o que pode ser encontrado na teoria do “Universo Holofractográfico” de Nassim Haramein e de seu trabalho “Cruzando a Linha do Horizonte de Eventos“.
Deepak Chopra contou uma história que ilustra isto perfeitamente em seu livro: “Como Conhecer Deus p.221”. Um amigo dele machucou o pé enquanto trabalhava em uma academia porque estava acostumado a usar repetidamente uma das máquinas de tensionar. A dor em seu pé aumentou ao longo dos próximos dias e ele teve cada vez mais dificuldades para andar, no exame médico constatou-se que ele tinha uma doença comum conhecida como “fascite planar”, em que o tecido de ligação entre o calcanhar e a frente do pé tinha sido esticado ou rasgado.
Seu amigo decidiu não fazer a cirurgia preferindo suportar a dor, mas com o tempo ficou mais doloroso e difícil de andar forçando ele em desespero a procurar um curandeiro chinês. Este chinês era de aparência comum e não transpareceu “nenhuma evidência de ser místico ou espiritual, ou ser dotado de qualquer outra forma de cura.”
O amigo machucado de Deepak Chopra continua descrevendo:
“Depois de tocar suavemente meu pé, ele se levantou e fez alguns movimentos no ar por trás da minha espinha. Ele nunca realmente me tocou, quando eu perguntei o que ele estava fazendo, ele simplesmente disse que estava virando alguns interruptores no meu campo de energia. Ele fez isso por um minuto mais ou menos e pediu-me para ficar em pé. Eu obedeci e não senti nenhuma sensação de dor, por menor que fosse. Não se esqueça que eu estava mancando, mal conseguia andar.”

Ele continua:
“Com espanto completo perguntei o que ele tinha feito. Ele me disse que o corpo é uma imagem projetada pela mente e no estado de saúde da mente esta imagem é mantida intacta e equilibrada. No entanto, lesões e dores podem fazer-nos retirar a nossa atenção do local afetado. Nesse caso, a imagem do corpo começa a deteriorar-se, os padrões de energia tornam-se prejudicados, insalubres. Assim, o curandeiro restaurou o padrão correto, isto é feito imediatamente, no local. Após o qual a própria mente do paciente assume a responsabilidade de mantê-lo dessa maneira.” (Como Conhecer Deus, p.222)

Esta história é fascinante e me inspirou desde que a conheci. Como vimos, a realidade está piscando dentro e fora da existência inúmeras vezes a cada segundo, oscilando entre a forma e a ausência de forma, a física quântica sabe que nossos pensamentos e crenças influenciam a realidade quântica que é a fonte do mundo material. Por isso, é natural supor que existe uma fonte energética e sem forma em toda a criação, incluindo nós fisicamente.
Está absolutamente claro que devemos começar a nos considerar como mais do que um corpo físico. Na verdade, é muito mais coerente pensarmos em nós mesmos como um campo de energia luminosa organizada em um corpo, ou como a consciência pura experimentando temporariamente esse nível de realidade através do nosso corpo. Novas evidências estão ilustrando claramente que nossa mente é não local e é independente do cérebro, o que significa que não precisamos do cérebro, ou do corpo para a matéria existir. [1]
Nós somos muito mais do que nós pensamos que somos e infinitamente mais do que temos sido levados a acreditar. O próximo passo que temos de tomar na nossa evolução humana envolve aprender a usar e aprimorar este poder que temos de influenciar a realidade e literalmente manifestar tudo o que queremos diretamente fora do campo, de um novo ângulo, talvez uma melhor visão ou um ajuste, criando um corpo saudável para seguirmos um novo caminho na vida.
Mas como isto é feito ?

Curando o Seu Campo, Cura o Seu Corpo

Para curar, tudo o que precisamos fazer é purificar a nossa energia de modo que a projeção energética do nosso corpo fique desobstruída. Em seguida, nossos átomos e moléculas podem se alinhar perfeitamente a esta estrutura, porque então deixa de existir interferência energética que distorce a imagem do nosso corpo quando projetada pela nossa consciência.
Fazemos isso ficando no silêncio entre nossos pensamentos, onde as nossas crenças não afetam a nossa realidade, pois quando não estamos pensando estamos livres de crenças e expectativas. Assim estamos nos alinhando com os princípios universais, combinando nossa energia com as energias vindo diretamente do campo de todas as possibilidades, aquelas energias de alta frequência de amor, bondade, inspiração, paixão, alegria, e assim por diante.
O primeiro passo é considerar a possibilidade de que somos apenas energia, e que existe uma energia infinita em torno de nós a qual podemos conscientemente utilizar para promover a cura do nosso corpo e mente, para nos tornar mais feliz, saudável, vibrante e criativo. Assim que você começar a se conectar com a energia infinita da criação e da sua verdadeira natureza como energia sem forma, então você começa a se tornar consciente destas energias em seu corpo, retornando a projeção do seu corpo ao seu estado natural.
A projeção do seu corpo só pode ser interrompida por um distúrbio no seu campo de energia na sua consciência, causado por pensamentos e emoções desequilibradas e crenças limitantes. O nosso campo de energia luminosa é naturalmente vibrante, a nossa energia flui naturalmente sem impedimentos como um poderoso fluxo de consciência, mas os níveis mais baixos de consciência em que fomos condicionados a viver como parte de nossa doutrinação social interrompem este fluxo, que se deixado sem obstáculos expressaria sua perfeição em todos os lugares.
Outro conceito chave para entender é que seu corpo está sempre se regenerando. Em uma palestra de Deepak Chopra que eu escutei ele apontou que os átomos não envelhecem. Eles não morrem, os mesmos átomos que existiam no big bang em torno de 14 bilhões de anos atrás existem até hoje, alguns dos quais ainda estão dentro de você.
Todos os anos, 98% dos átomos do seu corpo são trocados por átomos “novos”. Você está constantemente morrendo e renascendo, literalmente se transformando a nível atômico e molecular. A cada três dias você tem um novo revestimento no estômago, a cada mês você tem uma pele nova, de três em três meses você tem um novo esqueleto. E todos os anos você tem quase um corpo totalmente novo (Deepak Chopra de “Vivendo Além Dos Milagres” com Wayne Dyer).
Deepak Chopra descreveu muito bem, dizendo que os nossos átomos “são como aves migratórias”. Eles não são permanentes, eles são completamente independentes e estão à deriva no espaço e no tempo e estão apenas sendo organizados em estruturas como nosso corpo por ninguém menos do que o nosso “campo de energia” que os organiza como um campo magnético organiza as limalhas de metal, apenas é um pouco mais complexo.
Que mais provas nós precisamos a fim de começar a olhar para o nosso corpo de forma diferente e em geral, olhar para o mecanismo da própria saúde sob uma nova perspectiva ?
Nenhuma das matérias-primas formam a idade do seu corpo físico, além disso, elas estão mudando constantemente. Por isso, pergunte a você mesmo. Sou eu que estou mudando ? Qual é a força que organiza estes átomos e moléculas onde eles deveriam estar e certifica-se de que estão perfeitamente e harmoniosamente continuando a fazer o seu trabalho, mesmo quando as suas células e átomos estão migrando aos bilhões ?
Seu corpo não é o verdadeiro você. Seu corpo é apenas uma projeção do que você acredita ser. Se você entender que é pura consciência e que você realmente é uma consciência criativa infinita que está manifestando uma realidade e cocriando a realidade com outros aspectos de si mesmo (porque cada ser é uma expressão da consciência universal infinita que rotulamos como Deus/Fonte/Criador), então você pode começar a tomar o controle completo sobre seu corpo, sua saúde e sua vida.
A dor crônica, doença, ou as velhas lesões que você tem em seu corpo não estão realmente em seu corpo, elas estão em sua mente. Mais especificamente, elas são uma função da sua percepção. Seus átomos estão sempre mudando e suas moléculas também, mas conforme novos átomos vêm e novas moléculas são formadas e como você pisca dentro e fora da existência, o seu campo energético está dizendo a elas para onde ir, o que fazer e como se alinhar uma com a outra. Portanto, é você que está segurando a doença, mal-estar, dor e lesões dentro de sua consciência e permitindo que elas sejam impressas em seu campo energético, só então elas passam a se manifestar em sua fisiologia.
Sendo isto uma verdade, então não só a nossa saúde está completamente sob nosso controle intencional, mas a taxa com que nós envelhecemos também está sob nosso controle. Agora, eu não estou sugerindo que você pode ser imortal, porque já somos seres infinitos de consciência. O que estou sugerindo é que em um tempo esquecido e no futuro próximo, os seres humanos vão dominar mais uma vez a capacidade de viver a partir deste campo, vivendo conscientemente a partir de sua natureza como seres luminosos de pura energia.
Neste tempo os seres humanos vão perceber que o corpo é uma manifestação do nosso mais elevado Eu e nós podemos não só manifestar conscientemente qualquer coisa na vida, como também qualquer coisa em nossos corpos. Um dia vamos chegar em um ponto no qual podemos continuamente regenerar nossos corpos à vontade porque estaremos vivendo a partir do campo de energia infinita, e assim nossos corpos simplesmente vão funcionar em uma frequência superior, para que possamos viver neles até que nosso trabalho esteja concluído quando escolhermos seguir em frente.
Fantástico ? Sim. Mas essas mudanças já são perceptíveis dentro do corpo humano e da mente depois de um pouco de prática e treinamento, assim que você decidir sentir e experimentar por si mesmo, aprendendo e praticando a meditação. Isto é o que a evidência está claramente sugerindo e minha própria experiência também indica ser verdade. O único obstáculo para a exploração dessa natureza do Universo é a sua própria consciência, o seu nível de atenção e suas crenças.
A nossa capacidade de curar está diretamente relacionada com o nosso nível de atenção e nosso nível de crença. Por exemplo, é possível nos curarmos de qualquer aflição, doença ou ferimento, desde que nós tenhamos certeza, uma convicção de que seremos curados. Isso é diretamente alcançado através do acesso ao nível mais fundamental da realidade na meditação profunda.
Isso ocorre porque no nível fundamental da realidade tudo é possível e a reestruturação da realidade é ditada exclusivamente por nossas crenças e expectativas. Nós somos pura energia e existe um potencial infinito de energia que está inteiramente a nossa disposição até que escolhemos manifestar fora do campo em nossa vida e em nosso corpo.
Você não tem limitações, nada é impossível. São apenas as suas crenças que ditam o que você pode ou não pode fazer.
“Milagres acontecem, não em oposição à natureza, mas em oposição ao que conhecemos da natureza.” ~Santo Agostinho

©Brandon West
Notas de Rodapé
Tradução e Divulgação: A Luz é Invencível
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