domingo, 30 de outubro de 2016

JESUS

A grande maioria dos cristãos acredita que a grandeza incomparável do cristianismo reside na verdade destes ensinamentos; porém, quando examinados mais de perto, revelam-se bem distantes da verdadeira doutrina ensinada por Jesus. Não encontramos nos evangelhos o menor vestígio da assim chamada doutrina cristã da salvação; nem mesmo no Sermão da Montanha — a quintessência da mensagem de Jesus — ou no Pai Nosso ou nas parábolas! Se fosse realmente tão importante, Jesus deixaria algum indício de que sua morte na cruz devia ser entendida como o meio de salvação da humanidade. Desconhecer esta postura de Jesus é ir contra sua ética vivencial.
Jesus não teorizou sobre sua missão e sobre sua mensagem, a fim de servirem de substrato a curiosidades acadêmicas. Ele viveu a doutrina que pregou, uma doutrina de tolerância, amor ao próximo, doação e partilha, a capacidade de carregar nos próprios ombros o peso dos outros; em outras palavras, um amor e uma ação ilimitados para com o ser humano. Este o caminho de salvação que nos mostrou!
Pessoalmente, considero Jesus o exemplo ideal de um Bodhisattva, com todos os predicados de um Buda, em busca da plena realização, da Iluminação e plenamente consciente da realidade divina; livre de laços individuais e completamente destituído de ambição egoísta. Via "o mundo real" como a raiz de todo o sofrimento e pregava aos seus discípulos a renúncia da vida e dos bens terrenos.
Dentro dos moldes deste ideal budista, no seio dos incontáveis ciclos de reencarnação, o que importa é aperfeiçoar constantemente o Carma através de ações corretas, para que, finalmente, se possa atingir o plano divino.
Quando abordei o tema da "Reencarnação no Novo Testamento" tentei demonstrar que Jesus — e depois dele todas as comunidades cristãs primitivas — aceitavam sem problemas a ideia de metempsicose, tal como exposta pelas crenças orientais da reencarnação. Aqui é interessante esclarecer como foi que o princípio da reencarnação se converteu em um
tremendo erro histórico em algum momento do século 4.

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