domingo, 30 de outubro de 2016

SABEDORIA

Os SÁBIOS não se demoram nas regiões prazenteiras dos sentidos.

Os SÁBIOS não dão atenção às vozes encantadoras da ilusão.
 Busca por aquele que te fará nascer  no Salão da Sabedoria, o Salão que está mais além. Nele todas as sombras são desconhecidas, e a luz da verdade brilha com uma glória que jamais perde sua força.

Aquilo que nunca foi criado está presente em ti, Discípulo, assim como está presente naquele Salão. Se queres alcançá-lo e unir os dois, deves deixar de lado as tuas escuras vestimentas de ilusão. Endurece a voz da carne, não deixes que imagem alguma dos sentidos se ponha entre a sua luz e a tua, de modo que assim os dois possam tornar-se um. E, tendo compreendido a tua própria Ajnyana, foge do Salão do Aprendizado. Este Salão é perigoso em sua beleza pérfida. Ele só é necessário para a tua provação. Cuida, Lanu, para não ser fascinado e capturado por esta luz enganosa.
 Esta luz brilha desde a joia do Grande Enganador (Mara).  Ela domina os sentidos, cega a mente, e deixa o imprudente abandonado e destruído.  

A mariposa atraída para a luz deslumbrante do teu lampião noturno está condenada a perecer no óleo viscoso. A alma imprudente que deixa de lutar contra o demônio da imitação e da ilusão, retornará à terra como escrava de Mara.

Observa as Hostes de Almas. Olha como elas pairam sobre o mar tempestuoso da vida humana, e como, exaustas, sangrando, com as asas quebradas, caem uma depois da outra nas ondas crescentes. Levadas por ventos terríveis, perseguidas pelo temporal, elas vão à deriva até os remoinhos, e desaparecem dentro do primeiro grande vórtice.

Se queres alcançar o Vale da Bem-Aventurança através do Salão da Sabedoria, Discípulo, fecha com força os teus sentidos contra a terrível heresia da Separatividade  que te afasta do resto.
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 O Iniciado – que transmite Conhecimento ao discípulo, levando-o até o seu nascimento espiritual, ou segundo nascimento – é chamado de Pai, de Guru ou de Mestre.
 Ajnyana é ignorância ou não-sabedoria, o oposto de Conhecimento, Jnyana.
 Mara, nas religiões exotéricas, é um demônio, um Asura, mas em filosofia esotérica é a tentação, personificada através dos vícios dos homens. Traduzida literalmente, a palavra significa “aquilo que mata” a Alma.  Mara é representado como um Rei (o Rei dos Maras) com uma coroa em que se destaca uma joia de tamanho brilho que torna cegos aqueles que olham para ela.  Este brilho se refere, naturalmente, ao fascínio que o vício exerce sobre certas naturezas.



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