sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
EGO
Ego é um
termo técnico cuja origem é a palavra
latina que significa “eu”, consciência é a percepção dos nossos próprios
sentimentos e no seu centro existe um “eu”.
Este é um
óbvio ponto de partida e o portal para ingressar no vasto espaço interior a que
damos o nome de psique.
Embora Jung
estivesse mais interessado em descobrir o que havia por baixo da consciência,
nas regiões interiores da psique, ele também assumiu a tarefa de descrever e
explicar a consciência humana.
Entendemos
por ego aquele fator complexo com o qual todos os conteúdos conscientes se
relacionam. É este fator que constitui, por assim dizer, o centro do campo da
consciência, e dado que este campo inclui também a personalidade empírica, o ego é o sujeito de todos os atos
conscientes da pessoa. A consciência é um “campo” e aquilo a que Jung chama de
a “personalidade empírica” é a nossa personalidade tal como a conhecemos e a
vivenciamos diretamente.
O ego, como
“sujeito de todos os atos pessoais da
consciência”, ocupa o centro desse campo.
Nas
passagens que se seguem a essa definição do ego, Jung estabelece uma distinção
crucial entre características conscientes e inconscientes da psique.
Consciência é o que conhecemos e inconsciência é tudo aquilo que ignoramos.
O ego, como
a consciência, também transcende e sobrevive ao conteúdo específico que, em
qualquer momento determinado, ocupa o quarto da consciência. O ego é o ponto focal no interior da
consciência, a sua característica mais central e talvez mais permanente.
Contra a
opinião do Oriente, Jung argumenta que sem um ego, a própria consciência
torna-se discutível. Mas é verdade que certas
funções do ego podem ser suspensas ou aparentemente obliteradas sem destruir a
consciência por completo e, assim, uma espécie de consciência sem ego, um tipo
de consciência que apresenta muito poucas
provas evidentes de um centro obstinado, de um “eu”, é uma possibilidade
humana, pelo menos durante curtos períodos de tempo.
O ego é
responsável pela retenção de conteúdos na consciência, e também pode eliminar
conteúdos da consciência deixando de os refletir. Para empregar o termo de
Freud, que Jung considerou útil, o ego pode “reprimir” conteúdos que não lhe
agradam, ou que considera
intoleravelmente penosos ou incompatíveis com outros conteúdos. Também
podem recuperar conteúdos da armazenagem no inconsciente (isto é, do banco de
memória) desde que não estejam bloqueados por mecanismos de defesa, como a
repressão, os quais mantêm os conflitos intoleráveis fora de alcance e tenham
uma ligação associativa suficientemente forte com o ego – isto é, foram
“apreendidos” com suficiente solidez.
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