O verdadeiro
processo de individuação – isto é, a harmonização do consciente com o nosso
próprio centro interior (o núcleo psíquico) ou self – em geral começa
inflingindo uma lesão à personalidade, acompanhada de conseqüente sofrimento. Este choque
inicial é uma espécie de “apelo”, apesar de nem sempre ser reconhecido como
tal. Ao
contrário, o ego sente-se tolhido nas suas vontades ou desejos e geralmente
projeta esta frustração sob qualquer objeto exterior. Isto é, o ego passa a acusar Deus, ou a situação
econômica, ou o chefe, ou o cônjuge como responsáveis por esta frustração. Algumas
vezes tudo parece bem externamente, mas no íntimo, a pessoa está sofrendo de um
tédio mortal que torna tudo vazio e sem sentido. O comportamento humano é condicionado não somente pela sua
história individual e racial, mas também pelos seus alvos e aspirações. O
passado, como realidade, e o futuro, como potencialidade, dirigem o
comportamento presente. O ponto de vista
de nossos estudos sobre a personalidade é prospectivo, porque pensa nas linhas
de desenvolvimento futuro do indivíduo, e retrospectivo, porque leva em
consideração o passado. Parafraseando Jung, “o indivíduo vive pelos alvos assim como pelas causas”.
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