domingo, 14 de dezembro de 2014

INDIVIDUAÇÃO

O verdadeiro processo de individuação – isto é, a harmonização do consciente com o nosso próprio centro interior (o núcleo psíquico) ou self – em geral começa inflingindo uma lesão à personalidade, acompanhada de conseqüente sofrimento. Este choque inicial é uma espécie de “apelo”, apesar de nem sempre ser reconhecido como tal. Ao contrário, o ego sente-se tolhido nas suas vontades ou desejos e geralmente projeta esta frustração sob qualquer objeto exterior. Isto é,  o ego passa a acusar Deus, ou a situação econômica, ou o chefe, ou o cônjuge como responsáveis por esta frustração. Algumas vezes tudo parece bem externamente, mas no íntimo, a pessoa está sofrendo de um tédio mortal que torna tudo vazio e sem sentido. O comportamento humano é condicionado não somente pela sua história individual e racial, mas também pelos seus alvos e aspirações. O passado, como realidade, e o futuro, como potencialidade, dirigem o comportamento presente. O ponto de vista de nossos estudos sobre a personalidade é prospectivo, porque pensa nas linhas de desenvolvimento futuro do indivíduo, e retrospectivo, porque leva em consideração o passado. Parafraseando Jung, “o indivíduo vive pelos alvos assim como pelas causas”

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